Argentina

Oposição kirchnerista vence primárias na Argentina e promete aumentar benefícios

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As eleições primárias na Argentina indicaram a vitória da chapa de oposição liderada por Alberto Fernández e Cristina Kirchner, com 47,66% dos votos, 15% a mais que Mauricio Macri, atual presidente e candidato à reeleição, com 32,08% do total.

A derrota de Macri reflete a crise por que passa a Argentina, agravada pelas medidas de ajuste fiscal tomadas pelo governo para controlar o déficit público e a inflação, que já chega a 50% ao ano. Fernández elegeu-se criticando as medidas de Macri e a recessão, e declarou após os resultados da primária que “nunca fomos loucos no governo”, em uma referência aos anos em que o país esteve sob o comando dos Kirchner, de forte intervenção na economia e gastos elevados. Ele foi chefe de gabinete do governo de 2003 a 2015. Em seu discurso, Fernández disse que entre suas prioridades estão escolas públicas e o aumento dos benefícios para os aposentados. Os recursos, segundo ele, viriam do que o governo paga hoje de juros com os títulos públicos.

A eleição de Fernández foi vista com desconfiança pelos investidores, que temem que o país volte à postura de gastos excessivos e enfrentamento com os credores internacionais e rompa o acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), que socorreu a Argentina após o país enfrentar uma crise de confiança pelo déficit público elevado. A demora de Macri em fazer os ajustes fiscais depois de anos de intervenção na economia deixou a Argentina vulnerável e, com a crise da guerra comercial entre Estados Unidos e China, os investidores externos se afastaram.

Macri reconheceu o mau desempenho e declarou que “fizemos uma eleição ruim”, surpreso com a vantagem da oposição, segundo os jornais argentinos.

A polarização entre os dois candidatos, visível durante toda a campanha, deve acirrar-se nos próximos meses, que antecedem as eleições gerais, marcadas para o dia 27 de outubro. Um eventual segundo turno será dia 24 de novembro e o novo governo assumirá dia 10 de dezembro.

As eleições de hoje, conhecidas como PASO (Primárias, Abertas, Simultâneas e Obrigatórias) servem apenas para definir os partidos e candidatos habilitados a participar das eleições gerais.

O comparecimento dos argentinos foi de aproximadamente 75%. Cerca de 34 milhões de argentinos estavam habilitados para votar.

Com informações da Agência Brasil.

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