Projeções

Órama: ciclo de alta da Selic pode encerrar em maio, com elevação da taxa a 12,75% a.a.

Copom deve seguir o mesmo caminho que o FOMC, do Federal Reserve, e elevar juros mediante a contratação antecipada do ritmo de alta em igual magnitude

- Marcello Casal Jr/Agência Brasil
- Marcello Casal Jr/Agência Brasil

O ciclo de alta da taxa básica de juros Selic deve ser encerrado em maio, com a elevação em 1 p.p. (do recém informado 11,75% para 12,75%), acredita a Órama Investimentos.

De acordo com Alexandre Espírito Santo, economista-chefe, e Elisa Andrade, analista de macroeconomia, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) deve seguir o mesmo caminho que o FOMC, do Federal Reserve, que na mesma data elevou suas taxas em 0,25 p.p. e contratou antecipadamente o ritmo de alta nas próximas reuniões em igual magnitude.

Analistas reiteraram, em nota, que o ajuste altista em 1 p.p. para a Selic foi em linha com a expectativa de maior parte do mercado, que já monitorava um ambiente doméstico desafiador de inflação, agora agravado pela guerra entre Rússia e Ucrânia.

Eles ressaltam ainda que a diretoria do Banco Central decidiu adotar um cenário alternativo, com a premissa de que os preços do barril de petróleo encerrarão o ano em U$ 100, e passarão a aumentarem 2% a partir de janeiro de 2023.

O colegiado considerou ainda que a política monetária deve prosseguir em “território ainda mais contracionista”, embora ressaltem que o momento seja de serenidade para avaliar a duração dos impactos sobre os preços das commodities.

“Entendemos que parte significativa dos choques de preços em curso, provenientes da forte alta do barril no mercado internacional, pode se dissipar em médio prazo, especialmente se tivermos uma solução diplomática para o conflito, hipótese que vem sendo costurada nos últimos dias. O Copom enfatiza, contudo, que se o quadro atual persistir, implicando que esses choques perdurem por tempo maior, estará pronto para estender o tamanho do ciclo de aperto”, completaram.