A Organização Internacional do Trabalho (OIT) comemora hoje (11) 100 anos de existência com uma série de eventos denominada “A volta ao mundo em 24 horas”, com apresentações de música, teatro, palestras, debates e homenagens ao redor do globo.
As atrações começaram em Suva, capital das Ilhas Fiji, com danças e músicas típicas, e terminarão em Lima, capital peruana. A série de eventos, em 24 países, está sendo transmitida ao vivo pela plataforma web da OIT.
Em Pretoria, na África do Sul, por exemplo, foi feita uma homenagem a Nelson Mandela com apresentações culturais, além de palestra e debate com o presidente do país, Cyril Ramaphosa.
Além de Suva e Lima, eventos acontecerão em cidades como Bangkok (Tailândia), Nova Delhi (Índia), Adis Abeba (Etiópia), Abidjan (Costa do Marfim), Moscou (Rússia), Paris (França), Washington e Nova York (Estados Unidos), Buenos Aires (Argentina), Genebra (Suíça), entre outras.
As comemorações de hoje coincidem com o aniversário da sessão plenária da Conferência da Paz de Paris, realizada em 11 de abril de 1919, onde se adotou a Constituição da OIT, que passou a fazer parte do Tratado de Versalhes, assinado em 28 de junho do mesmo ano, e que pôs fim à Primeira Guerra Mundial.
A OIT, uma das agências mais antigas das Nações Unidas, fará este ano numerosos eventos comemorativos em todo o mundo. De acordo com a agência, é fundamental exaltar as conquistas e o papel que o organismo exerce na vida das pessoas.
Em janeiro desse ano, como parte das comemorações, foi lançado o informe da Comissão Mundial sobre o Futuro do Trabalho. O documento, que começou a ser preparado em 2016, traz uma reflexão sobre a maneira de se conquistar trabalho decente e sustentável para todos os cidadãos do planeta.
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Desafios
Dados do documento “Perspectivas sociais e de emprego no mundo: tendências 2019”, mostram que a maioria das 3,3 bilhões de pessoas empregadas no mundo não tinha um nível suficiente de segurança econômica, bem estar material e igualdade de oportunidades. Além disso, a redução do desemprego observada ao redor do mundo, não refletiu em uma melhora na qualidade do trabalho.
“Ter emprego nem sempre garante condições de vida dignas”, disse Damian Grimshaw, diretor do Departamento de Investigações da OIT. “Por exemplo, um total de 700 milhões de pessoas vivem em situação de pobreza extrema ou moderada mesmo tendo emprego”.
Outro problema apontado no informe é a diferença de participação de homens e mulheres no mercado de trabalho. Em 2018, a participação feminina foi de apenas 48%, muito abaixo dos 75% da participação masculina.
O trabalho informal também persiste como um grande desafio. São atualmente cerca de 2 bilhões de trabalhadores nessa situação (61% da população ativa mundial).
Outro aspecto preocupante apontado pelo informe é em relação aos jovens. Um em cada cinco jovens (menores de 25 anos) não trabalha, não estuda, nem recebe formação. As perspectivas de trabalho desse grupo acabam por ser bastante comprometidas.