Prospectar, precificar, vender, agendar atendimentos, conciliar recebimentos, fazer cobranças, comprar material de escritório, negociar com prestadores de serviço, saber o básico de contabilidade e marketing… e ainda, naqueles poucos minutos de folga, dar uma ajeitada no escritório e tentar fazer um post para a rede social. Tudo isso ainda antes do próximo cliente chegar. Ufa.
A vida financeira de quem é autônomo não é das mais fáceis! Cada dia, cliente e real recebido conta muito na rotina de quem faz o seu próprio salário e é responsável por todas as decisões que um negócio demanda.
Gestão do tempo, precificação dos serviços oferecidos, união da pessoa física com a pessoa jurídica e a falta de um planejamento financeiro são grandes (senão as maiores) dificuldades que um profissional autônomo pode enfrentar.
Pensando em ajudar de forma prática, separei neste texto as melhores soluções para essa rotina desafiadora. Afinal, trabalhar desempenhando a atividade que se ama, ser dono da própria agenda e mandar em tudo (tchau, chefe!) merece receber esse cuidado, certo?
Gestão do Tempo
Se já é um desafio ser produtivo quando se tem um chefe, equipe e colegas de área, quando trabalhamos em uma grande empresa, o que dirá quando se está sozinho nessa empreitada! Organização e disciplina são habilidades essenciais para um profissional autônomo ter sucesso no mercado.
A tecnologia e o ambiente virtual devem ser vistos como aliados: aplicativos, softwares online e a contratação de assistentes virtuais são importantes para desafogar a rotina do autônomo. Definir prioridades também deve constar no desafio da Gestão do Tempo. Nem tudo é urgente, e nem tudo é importante.
Outra sugestão que impacta muito positivamente na rotina do autônomo é a confecção de um cronograma diário e semanal. Separar dias e horários específicos para determinadas burocracias e tarefas ajudará a sobrar tempo para o que realmente importa: vender.
Precificação
Posso afirmar com toda a certeza: a cobrança de valores errados significa prejuízos financeiros para o profissional autônomo e seu negócio muitas vezes irrecuperáveis. Para definir com assertividade o preço do produto ou serviço oferecido, é preciso pensar no detalhe.
O primeiro passo é descobrir quanto custa produzir o produto ou serviço e quanto tempo o profissional leva para deixar esse produto ou serviço pronto para a venda.
Se o primeiro passo envolve a preparação, o segundo diz respeito à entrega: como o cliente será atendido e quanto tempo isso tomará da agenda do autônomo? E por fim, como será o pós venda? Essa etapa do atendimento demandará recursos (financeiros e de tempo) específicos? Quanto esses recursos custarão e por quanto tempo?
Na minha mentoria e nos meus cursos, eu peço para que os mentorados e alunos saibam, antes de tudo, quanto "eles custam" mensalmente, ou seja, que conheçam o valor total das suas despesas mensais.
A partir daí pode-se calcular o valor mínimo a ser cobrado por hora trabalhada, de acordo com um número pré estabelecido de horas.
É preciso lembrar que nem toda hora do autônomo é atendendo clientes (portanto nem toda hora será remunerada ativamente), e além disso, no cálculo da precificação é preciso considerar despesas agregadas, como as que envolvem contador, marketing, assistente, plataformas e etc.
São muitas informações que precisam contar nesse cálculo e sugiro papel e caneta (ou planilha). Vale a pena se debruçar nessa tarefa, pois erros doerão diretamente no bolso.
União da Pessoa Física com a Pessoa Jurídica
Situação muito comum e que camufla ganhos e prejuízos reais do autônomo. Pagar o fornecedor com o cartão de crédito pessoal (ou a escola das crianças com o cheque recebido pelo cliente) é a porta de entrada para a desorganização financeira.
As contas digitais gratuitas podem ser de grande ajuda nessa separação entre a vida física e a jurídica. Outro ponto altamente recomendado é que o autônomo tenha um pró-labore, de onde todas as suas despesas da pessoa física sairão. É como se o autônomo se desse um salário.
Eventuais (e desejadas) sobras de caixa podem compor a Reserva Financeira (pessoal e da empresa) e servir para aquisições futuras, cursos, capacitações e melhorias do produto ou serviço ofertado.
A falta de um Planejamento Financeiro
Quem não se planeja, apenas sobrevive. E o mundo não costuma ser tolerante com quem apenas sobrevive, certo? O planejamento financeiro é essencial para todo e qualquer tipo de negócio!
Esse é mais um ponto onde o profissional autônomo precisa mostrar a sua versatilidade. É preciso também aprender sobre finanças! Mas construir um bom planejamento não precisa ser sinônimo de sofrimento.
Uma planilha simples apontando os controles financeiros atuais e registrando os desejos futuros para o negócio já é um bom caminho!
Com os dados certos, essa planilha é capaz de apontar se o negócio está apresentando lucro ou prejuízo, se há despesas desnecessárias (como juros e multas por conta de atrasos nos pagamentos), se o valor hora cobrado está de acordo com que o negócio exige para se manter.
Cá entre nós, a vida de profissional autônomo também tem suas vantagens: trabalhar fazendo o que se ama, ser dono da própria agenda, executar ações de acordo com o que se deseja (e não de acordo com o que o chefe manda) é absolutamente recompensador. Mas para que essa atividade seja capaz de bancar sonhos e realizar objetivos, é preciso encará-la com a seriedade que merece.
Eu sei que "organização, disciplina e controles" não costumam fazer o coração de ninguém palpitar de emoção, mas sei também que "realização, conquista e paz financeira" faz brilhar os olhos de qualquer um de nós. Todo esse esforço vale a pena, certo?
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