Ouro

Ouro flutua em mercado agitado enquanto BCs agem contra crise

Por Geoffrey Smith

Investing.com – Os preços do ouro flutuaram no mercado agitado da sexta-feira (20), enquanto sinais crescentes de bloqueios econômicos nos EUA e na Europa lutaram pela atenção dos investidores com notícias reconfortantes de mais e mais medidas de políticas para apoiar os mercados financeiros e a economia.

Às 16h05 (horário de Brasília), os preços do ouro para entrega na Comex estavam em alta de 0,21%, a US$ 1.482,40 por onça troy, enquanto o ouro spot crescia 0,59%, a US$ 1.481,69.

Essa é uma recuperação modesta após uma semana dominada por vendas forçadas por investidores diversificados sob pressão de aumentar liquidez.

Os futuros da prata estavam em alta de 2,6%, a US$ 12,45 por onça, enquanto os futuros da platina permaneciam de volta acima de US$ 600, a US$ 617,80 por onça, ganho de 3,52%.

Georgette Boele, analista da ABN AMRO (AS:ABNd), esperava mais pressão de venda nos mercados em geral para manter um controle sobre os preços do ouro até o segundo trimestre. Ela cortou sua previsão para o final do segundo trimestre de US$ 1.450 para US$ 1.300.

Boele apontou que, na liquidação de 2013, investidores liquidaram 23 milhões de onças (de 82 milhões a 59 milhões) de ouro em ETFs, derrubando os preços de US$ 1.660 por onça para US$ 1.200.

“As posições totais de ETF em ouro agora estão em 86 milhões, então uma movimentação parecida não pode ser descartada, especialmente considerando que o ouro a longo prazo é um ativo muito popular”, escreveu Boele em uma nota de pesquisa para clientes.

Além disso, os preços de títulos de governos também estavam em alta na sexta-feira, forçando os rendimentos para baixo em até 17 pontos-base no longo prazo da curva de rendimentos, com os rendimentos a 2 anos, sensíveis ao Fed, caindo modestos 7 pontos-base para 0,35%.

As movimentações vêm após analistas terem revisado radicalmente para baixo suas previsões de atividade econômica nos próximos meses, enquanto mais e mais partes da Europa e da América do Norte se dirigem para um bloqueio quase total. O governador de Nova York Andrew Cuomo seguiu seu colega californiano Gavin Newsom em ordenar que todos os trabalhadores em negócios não-essenciais ficassem em casa para frear a disseminação do vírus.

Haverá multas e fechamentos obrigatórios para negócios que não seguirem as novas instruções, que passarão a valer na noite de domingo, disse Cuomo.

Ao longo do final de semana, espera-se que a Alemanha também anuncie restrições mais rígidas para negócios não essenciais e atividade social. O estado da Bavária, o mais importante do país economicamente, já restringiu seu regime na sexta-feira. A chanceler Angela Merkel fará uma teleconferência com os governadores dos estados no domingo.

Ao mesmo tempo, a Alemanha está prestes a quebrar um tabu de uma década sobre empréstimos estatais, com planos de lançar um fundo de emergência de 500 bilhões para negócios, de acordo com o jornal Der Spiegel. Os rendimentos dos títulos do governo alemão a 10 anos cresceram 1 ponto-base para -0,33%, enquanto os spreads soberanos da zona do euro continuaram a se estreitar após a ação de flexibilização quantitativa de 750 bilhões de euros do BCE na noite de quarta-feira.