Pesquisa realizada pela The Economist Intelligence em parceria com a Mambu, empresa especializada em soluções de core bancário na nuvem, apontou que a pandemia de Covid-19 foi um dos fatores para o avanço da digitalização nos bancos da América Latina. De acordo com 84% dos executivos ouvidos pelo estudo, a pandemia forçou o setor a repensar como dirigir seus negócios. A pesquisa ouviu executivos bancários na Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, México e Peru no começo de 2021.
Ainda segundo o levantamento, 98% dos executivos de bancos da região afirmam que suas organizações têm uma estratégia digital, e 50% categorizam a implementação desta estratégia como avançada. A pesquisa foi realizada com o objetivo de explorar a jornada dos bancos em direção à digitalização e entender como a pandemia da covid-19 influenciou nesse processo.
Entre executivos de grandes bancos (com ativos de US$ 1 bilhão ou mais), 40,3% responderam que sua estratégia digital está muito avançada. Já os respondentes de bancos menores e cooperativas de crédito (com ativos abaixo de US$ 1 bilhão) caracterizaram sua transformação como em "bom progresso".
A avaliação dos executivos é otimista sobre os compromissos das organizações para digitalizar suas operações: 40% deles acreditam que verá uma aceleração na sua estratégia de transformação digital como um resultado da pandemia, provavelmente causado por mudanças nos clientes, comportamentos e novas demandas.
No que se refere à segurança de dados, o mercado financeiro é um dos grandes alvos dos ataques cibernéticos e o tema tem sido uma preocupação persistente para instituições da área. Em resposta a essas ameaças, quase 85% dos bancos aumentaram seus investimentos em segurança cibernética nos últimos três anos. Para os executivos entrevistados, melhorar a segurança de dados é o principal incentivo para a digitalização no setor.
Fintechs
A relação entre bancos tradicionais e as fintechs também mudou e já é vista como um complemento. De acordo com 87% dos respondentes, as fintechs estão forçando os bancos a repensarem como os serviços financeiros são fornecidos e alavancar infraestruturas digitais para melhorar a eficiência operacional.
Enquanto 52,9% dos executivos ouvidos veem os fornecedores de carteiras digitais como parceiros, apenas 22,5% os veem como concorrentes. Empresas de pagamento como Apple Pay e Paypal também aparecem como parceiras, de acordo com 45,1% dos entrevistados, por serem os responsáveis em aumentar os pontos de venda e fortalecer o ecossistema de pagamentos digitais.
Por fim, 39,2% dos entrevistados veem empresas não financeiras, como varejistas e empresas de telecomunicações, como parceiras, já que atuam principalmente como agentes bancários.