Panorama

Pandemia afetou indústria, comércio e serviços no 1º tri, avalia NECON/FECAP

Analistas apontam que as expectativas de recuperação, como o cumprimento de projeções do PIB, estão dependentes da imunização contra a Covid-19

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Nesta terça-feira (15), o Núcleo de Estudos da Conjuntura Econômica (NECON), da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (FECAP), divulgou o Boletim Econômico com uma análise sobre dados da indústria, comércio e serviços brasileiros no 1º trimestre. O agravamento da pandemia afetou os resultados dos setores.

Indústria

Em fevereiro, o indicador da Pesquisa Mensal Industrial apresentou um resultado negativo de 1%, seguido por uma intensificação negativa de 2,4%, no mês de março, totalizando uma perda de 3,1% no acumulado do ano.

O setor industrial se encontra 16,5% abaixo do pior patamar histórico, registrado no mês de maio de 2011, e se explicam, segundo o material "pela intensificação das medidas restritivas, visando a contenção do avanço da pandemia, prejudicando toda a cadeia produtiva através da paralisação das plantas industriais e das interrupções nas jornadas de trabalho".

Com as perdas observadas, em fevereiro e março, o acumulado de maio de 2020 até janeiro deste ano foi zerado, fazendo com que a indústria regressasse ao patamar em que se encontrava no pré-pandemia.

Comércio

A Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) apontou que as vendas para março de 2021 registraram queda de 0,6%, em relação ao mês anterior (considerando o ajuste sazonal), sendo o terceiro resultado negativo, nos últimos 4 meses.

Com isso, o comércio varejista apresentou uma variação negativa de 0,6% no primeiro trimestre do ano. Já na análise interanual, o volume de vendas cresceu 2,4%.

"Assim, fica evidente o efeito do agravamento da pandemia, da Covid-19, no índice de volume de vendas de março, principalmente pelas maiores restrições de funcionamento dos diferentes segmentos do comércio. Além disso, nota-se uma redução na demanda em segmentos não essenciais, influenciados pela suspensão do auxílio emergencial e alta da inflação e desemprego", diz o relatório.

Serviços

De acordo com a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), realizada pelo IBGE, o mês de março de 2021 apresentou uma queda de 4%, em relação ao mês anterior.

O material aponta que o último resultado divulgado praticamente elimina a alta de 4,6% do mês de fevereiro. Em comparação com mesmo período do ano de 2020 é possível observar uma forte melhora, de 4,5%. Observando o resultado trimestral, percebe-se que, apesar das altas nos meses de janeiro e fevereiro, o setor encerra o período com uma queda acumulada de 0,8%.

"A partir de junho de 2020, o setor apresentava sinais de recuperação, porém, com o agravamento da pandemia e com a utilização da fase emergencial, em São Paulo, como medida de combate ao coronavírus, a limitação das atividades impactou fortemente o último resultado", apontam.

Com o agravamento da pandemia no Brasil, os membros do NECON apontam que "as expectativas de recuperação econômica estão estritamente dependentes da imunização contra o vírus".

"Para que se cumpra as revisões de crescimento do PIB (3% a 4%) de algumas instituições financeiras, é necessário a conscientização da população no geral para que a propagação da Covid-19 seja reduzida e, também, que o cronograma de vacinação seja cumprido", concluem.