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Payroll, dividendos da Petrobras (PETR3)(PETR4) e transição de governo: as notícias de hoje (4)

Fique por dentro dos principais assuntos que movimentam os negócios no Brasil e no exterior nesta sexta-feira (4)

Luiz Inácio Lula da Silva (PT), presidente eleito - Rovena Rosa, para a Agência Brasil
Luiz Inácio Lula da Silva (PT), presidente eleito - Rovena Rosa, para a Agência Brasil

Fique por dentro dos principais assuntos que movimentam os negócios no Brasil e no exterior nesta sexta-feira (4):

Brasil

Petrobras (PETR3)(PETR4) – Gleisi Hoffmann, presidente do PT, postou um tuíte no qual criticava os elevados dividendos “de R$ 50 bilhões”, que, segundo ela, apenas enriquecem os acionistas, com a afirmação de que “a Petrobras tem de servir ao povo brasileiro”.

Como acionista majoritária, com 3,74 bilhões de ações, a União vai receber R$ 12,52 bilhões e o BNDES, R$ 3,45 bilhões.

No Estadão, a Frente Parlamentar em Defesa da Petrobras, liderada pelo senador Jean-Paul Prates (PT) – cogitado para assumir a presidência da empresa – quer contestar o pagamento ao atual governo, e garantir os recursos para o próximo ano.

A perspectiva de mudanças na Petrobras deixa o investidor na defensiva e justificou a queda das ações no day-after da eleição. Esse pode, de fato, ter sido o último megadividendo. Os resultados do quarto trimestre serão divulgados já sob o novo governo Lula.

Uma assembleia-geral ordinária (AGO) está prevista para março, quando deverão ser trocados o presidente e conselheiros. Segundo Gabriel Vasconcelos e Denise Luna, do Broadcast, isso pode ser feito até antes, por meio de uma assembleia extraordinária (AGE).

Se a política de dividendos minguar, os investimentos em exploração e produção, refino e energia renovável (biocombustíveis de última geração, eólica offshore e hidrogênio verde) devem ser turbinados por uma nova gestão.

Esperam-se, ainda, mudanças contra a política de preços dos combustíveis, já que, na campanha, Lula insistiu reiteradamente em “abrasileirar” os preços, e acabar com a paridade internacional, que considera o dólar e o petróleo.

O espaço para reduções agressivas dos combustíveis se mostra limitado, diante da dependência do diesel estrangeiro e do risco de desabastecimento em caso de a Petrobras praticar preços muito abaixo da paridade de importação.

Um dos coordenadores do programa do PT, Aloizio Mercadante já disse que o gás de cozinha desponta como a prioridade do novo governo e deve ter os preços rebaixados. Mas também já antecipou que as mudanças nos demais aspectos serão graduais.

Para a Fitch, “as mudanças são prováveis, mas não devem alterar abruptamente as leis e os regulamentos vigentes”.

(Bom Dia Mercado)

Capítulos da transição – Só para honrar o Bolsa Família de R$ 600 e os R$ 150 adicionais para crianças até seis anos, o governo Lula vai gastar R$ 70 bilhões em 2023 – uma despesa que não está no orçamento, assim como várias outras promessas de campanha.

A opção pelo waiver, ainda que seja uma licença para gastar, não deixa de ser um primeiro compromisso com o teto de gastos, à medida que a equipe de transição anunciou logo no primeiro encontro a necessidade de uma PEC para acertar as contas.

O tamanho desse waiver, que também já estava nos planos de Guedes, porque as promessas de Bolsonaro eram parecidas, vai ser conhecido na próxima terça-feira (8), quando uma nova reunião com o relator do Orçamento, Marcelo Castro (MDB-PI), está prevista.

Na quinta-feira (3), o PT fez quatro pedidos ao relator: 1) o reajuste do Auxílio Brasil; 2) recompor gastos da saúde que foram cortados; 3) recompor gastos da merenda escolar; e 4) garantir o reajuste de 1,4%, acima da inflação, do salário mínimo.

Castro respondeu à equipe de transição que os quatro itens custam pouco mais de R$ 90 bilhões.

O valor que circula de modo mais recorrente chega a R$ 160 bilhões, mas parte da cúpula petista defende mais: R$ 200 bilhões. O mercado já estava preparado para mais um estouro do teto e gostava de dizer que R$ 100 bilhões seriam absorvidos.

Na verdade, mais do que o montante, o que importa para o mercado seria a sinalização de uma política de responsabilidade fiscal que projete o controle dos gastos no governo Lula. Nesse sentido, vai ser decisivo o nome do novo ministro da Fazenda.

Isso ninguém sabe ainda. Lula deve começar a divulgar o seu ministério apenas em dezembro. Até lá, o mercado vai ter apenas indicações da equipe de transição, que registrou uma boa estreia com o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB), na quinta-feira (3).

Até um inesperado encontro de Alckmin com Bolsonaro aconteceu no Planalto, o que baixou a temperatura.

A partir de agora, as atenções se voltam para as negociações de Lula com os líderes políticos, em especial, com os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), de quem depende o apoio para a aprovação de uma PEC.

Lira deu todas as indicações de que está aberto a colaborar. Agora resta saber qual o preço desse apoio. Dizem analistas políticos que o Centrão quer manter o orçamento secreto e Arthur Lira quer continuar no comando da Câmara.

Renan Calheiros, aliado de Lula, considerou uma “barbeiragem” da equipe de transição propor a PEC que depende do Centrão, mas disse ver Lula como um negociador talentoso e sabe que precisa formar uma base sólida no Congresso Nacional conservador.

Uma estratégia seria usar o Centrão para isolar os bolsonaristas, disse Marcelo de Moraes, do Broadcast Político. Lula precisa dessa aliança tática que permita a ele paz política e prioridade para sua agenda de desenvolvimento social.

(Bom Dia Mercado)

Banco Central – Às 9:00, o diretor de Política Monetária do BC, Bruno Serra Fernandes, palestra no Fórum de Estratégias de Investimentos 2022, realizado pelo Bradesco Asset, com transmissão online. Campos Neto viaja para Basileia.

EUA

Payroll – Às 9:30, os EUA divulgam o Payroll, relatório mensal de empregos não-agrícolas.

A economia dos EUA criou 261 mil empregos não-agrícolas em outubro, segundo informou o relatório de empregos não-agrícolas – Payroll – do Departamento de Trabalho na manhã desta sexta-feira, 04, acima do esperado. A previsão dos economistas era uma adição de 200 mil empregos no período. O resultado, porém, ficou abaixo dos números prévios revisados de 315 mil novos empregos.

A taxa de desemprego ficou em 3,7% da força de trabalho, acima dos 3,6% esperados e dos 3,5% do mês anterior.

Já a taxa de participação de trabalhadores na PEA caiu para 62,2%, contra 62,3% anteriormente.

Já o salário médio por hora no mês passado ficou em 4,7%, igual aos 4,7% esperados pelo mercado e abaixo dos 5,0% prévios.

(Investing.com Brasil)

Europa

Zona do Euro – A inflação ao produtor na região, em setembro, vai ser divulgada.

Ásia

Japão – O PMI/S&P Global do setor de serviços subiu de 52,2 em setembro para 53,2 em outubro.

Com informações de Bom Dia Mercado e Investing.com Brasil.