Investing.com – Na última segunda-feira (14), a Petrobras anunciou a redução de investimentos em Exploração e Produção (E&P) entre 2021-2025, que será de entre R$ 40 bilhões e R$ 50 bilhões, a depender do preço do Brent.
No plano anterior, de 2020-2024, o investimento ficou previsto em R$ 64. Após o anúncio, BTG Pactual, em relatório distribuído nesta quarta-feira (16), elevou o preço-alvo por ADR da Petrobras para US$ 12, de US$ 10, e manteve recomendação de Compra.
Às 16h06, as ADRs da empresa em Nova York eram negociadas a US$ 8,48, alta de 2,54%. Os papéis preferenciais (PETR4) da companhia no Brasil, por sua vez, tinham alta de 1,11%, a R$ 21,91.
A mudança no plano de investimentos da Petrobras reflete os impactos causados pela pandemia de Covid-19 na indústria de petróleo e gás natural e a nova realidade de câmbio, com um real muito mais fraco. Sob o novo plano, ativos do pré-sal devem representar 71% dos investimentos totais em E&P, versus 59% no plano estratégico anterior. Búzios, o segundo maior campo da Petrobras e o de crescimento mais rápido, deve representar 35% do total, enquanto os campos de pós-sal devem somar 22%, o que significa, na visão do BTG (SA:BPAC11), que é uma questão de tempo até a Petrobras se tornar uma operadora totalmente offshore.
O plano faz parte de esforços para buscar uma estrutura de custos menor e mais focada que permita margens de retorno maiores. A empresa reforçou que irá priorizar investimentos com breakeven abaixo de R$ 35 por barril de Brent e que irá aumentar o número de ativos a serem desinvestidos. Além disso, a companhia tem como objetivo reduzir o endividamento e atingir a meta de dívida bruta de US$ 60 bilhões em 2022.
Ainda que os novos ativos acrescentados ao plano de desinvestimento devam significar um impacto no crescimento da produção, o BTG não fez nenhuma grande revisão a suas estimativas para a empresa, e segue prevendo crescimento de 4,45 em 2021 e 4,9% em 2022. Mesmo com as incertezas em relação ao mercado de petróleo, o BTG vê a Petrobras como “barata demais para ignorar”.
Safra
A Safra Corretora também afirmou manter visão positiva sobre a Petrobras, vendo com bons olhos suas iniciativas de preservação de caixa e de ganho de eficiência. Assim, o banco recomenda Compra, com preço-alvo de R$ 26,10 para PETR4.
XP
Outra corretora a manter recomendação de Compra é a XP, que acredita que suas estimativas já incorporam os possíveis impactos na produção futura trazidos pelo novo plano. A XP também considera positiva a revisão do orçamento e do plano de desinvestimentos.