As ações da Petrobras (PETR3 e PETR4) lideram as perdas do Ibovespa, o principal índice acionário brasileiro, nesta sexta-feira (19), após o presidente Jair Bolsonaro afirmar que, apesar de não poder interferir na estatal, “alguma coisa vai acontecer na Petrobras nos próximos dias”.
Por volta das 12h30, os papéis ordinários da companhia recuavam 6,86% aos R$27,41, enquanto os preferenciais tinham queda de 5,67% aos R$ 27,61.
As declarações de Bolsonaro, proferidas em uma live na última quinta-feira (18), ocorreram após o último reajuste no preço dos combustíveis, que foi classificado como “fora da curva” e “excessivo” por ele. A estatal subiu os preços em 15% para o diesel e em 10% para a gasolina nas refinarias.
O presidente também disse que não haverá mais impostos sobre o óleo diesel a partir de 1º de março. A medida é um aceno para os caminhoneiros: poucas horas depois do anúncio dos reajustes, o presidente da Abrava (Associação Brasileira dos Condutores de Veículos Automotores), Wallace Landim, um dos articuladores da greve da categoria em 2018, divulgou uma nota com reações negativas ao aumento.
Bolsonaro ainda mirou as críticas no CEO da Petrobras, Roberto Castello Branco, que havia indicado anteriormente que uma possível greve da categoria não era problema da companhia. “ ‘Eu aumento o preço aqui, não tenho nada a ver com caminhoneiro’. Foi o que ele falou, o presidente da Petrobras. Isso vai ter uma consequência, obviamente”, declarou o presidente da República.
Segundo informações da jornalista Miriam Leitão divulgadas em sua coluna na rádio CBN na manhã de hoje, Bolsonaro deseja demitir o CEO. A ação, no entanto, ainda precisa da aprovação do Conselho de Administração da Petrobras, que se reúne na próxima terça-feira (23) para discutir, entre outros assuntos, a recondução de Castello Branco para seu segundo mandato.