Na quinta-feira (22), a Petrobras (PETR3)(PETR4) comunicou aos seus acionistas e ao mercado em geral a venda da totalidade de sua participação no campo de produção de Papa-Terra, localizado na Bacia de Campos, para a empresa 3R Petroleum (RRRP3).
A operação foi concluída com o pagamento à vista de US$ 18,2 milhões para a estatal, já com os ajustes previstos em contrato. O valor recebido se soma ao montante de US$ 6 milhões pagos à Petrobras na ocasião da assinatura do contrato de venda.
Além disso, se prevê o recebimento de US$ 80,4 milhões em pagamentos contingentes, a depender das cotações futuras do Brent e desenvolvimento dos ativos. Um total de US$ 105,6 milhões seria desembolsado.
AAgência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) aprovou a transferência da participação de 62,5% dos direitos da concessão sobre o campo de produção para a subsidiária 3R Petroleum Off-Shore, em parceria com a Nova Técnica Energy Ltda., que detém os 37,5% remanescentes.
Deyvid Bacelar, coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), criticou a transação.
O representante recordou que as negociações entre a Petrobras e a 3R Petroleum movimentaram cerca de R$ 3 bilhões durante os dois primeiros anos de governo do presidente Jair Bolsonaro (PL), quando Castello Branco comandava a empresa pública.
“Na época, a 3R comprou uma série de polos de campos maduros de petróleo da Petrobras a preço de banana. Foram preços abaixo do valor de mercado, conforme avaliações feitas não somente pela própria companhia, como também por especialistas na área”, afirma Bacelar.
O dirigente sindical lembra que, em 2015, quando as plataformas P-61 e P-63 chegaram ao Brasil, elas eram operadas pela BW Offshore e quiseram manter a operação terceirizada.
"Na época, a FUP conseguiu fazer uma movimentação junto à diretora de E&P, para que a mão de obra fosse própria da Petrobras. Hoje, essas plataformas são operadas pela estatal e não sabemos para onde esses trabalhadores serão enviados”.