O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou outra vez nesta quinta-feira (3) que, em um eventual novo governo, não vai manter o preço dos combustíveis vinculado ao dólar, como ocorre atualmente com a política de preços praticada pela Petrobras (PETR3)(PETR4).
Por volta das 13:50, as ações PETR3 e PETR4 recuavam 2,38% e 2,21%, a R$ 34,81 e R$ 31,80, respectivamente.
“Nós não vamos manter o preço dolarizado. Eu acho que os acionistas de Nova York, os acionistas do Brasil, têm direito de receber dividendos quando a Petrobras der lucro, mas é importante que a gente saiba que a Petrobras tem que cuidar do povo brasileiro”, disse o ex-presidente, em uma entrevista a Rede de Rádios do Paraná (RDR).
“Eu não posso enriquecer um acionista americano e empobrecer a dona de casa que vai comprar um quilo de feijão e paga mais caro por causa do preço da gasolina”, completou.
Ex-presidente reitera críticas feitas na semana passada
Segundo o petista, em entrevista à Rádio Liberal, do Pará, na sexta-feira (28), a estatal sofre um processo de desmonte. “Agora estamos importando gasolina dos Estados Unidos. Não temos que estar preocupados com o lucro. Por que ao invés de pagar dividendos para acionistas a gente não investe em refinarias?”, questionou.
“Nossas refinarias poderiam estar produzindo muito mais gasolina e não estão. Estamos com uma ociosidade por volta de 20 a 30%”, continuou.
Lula ainda fez uma comparação entre a produção nacional e internacional, e defendeu que a petroleira extrai petróleo do pré-sal a um custo menor do que a Arábia Saudita gasta para extrair da terra.
“Uma demonstração de que a Petrobras é uma extraordinária empresa, não só de petróleo, mas de tecnologia, de investimento, de pesquisa”, acrescentou.
Lula aparece como o primeiro colocado em todas as pesquisas de intenções de voto para as eleições presidenciais deste ano, com ampla vantagem sobre o presidente Jair Bolsonaro (PL), que aparece isolado na segunda colocação.