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Petrobras (PETR4) traz forte geração de caixa e dividendos generosos em balanço; confira análises

XP tem indicação de compra. Já a Ativa e BTG são mais cautelosos e possuem uma recomendação neutra

- Arquivo/Agência Brasil
- Arquivo/Agência Brasil

Por Ana Beatriz Bartolo, da Investing.com – O quarto trimestre de 2021 da Petrobras (SA:PETR4) trouxe números positivos, impulsionado pela valorização do petróleo Brent. A estatal apresentou uma forte geração de caixa no 4T21, por conta de capital de giro melhor que o esperado, segundo a XP (SA:XPBR31). As vendas chegaram a US$ 21 bilhões, um avanço anual de 74,1%, enquanto o lucro bruto alcançou os US$ 2,3 bilhões. 

Às 15h38, as ações da Petrobras recuavam 3,77%, a R$ 32,93. Vale destacar que nesta quinta-feira (24) o papel também está sendo influenciado pela crise na Ucrânia e o preço do petróleo, que supera os US$ 100 o barril pela primeira vez em sete anos. 

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Em reais, o lucro chegou a R$ 31,5 bilhões, o que ficou acima das expectativas do BTG Pactual (SA:BPAC11). O banco diz que parte desse avanço foi impulsionado pela venda de ativos que a empresa fez durante o período.

Para a Ativa Investimentos, a Petrobras mostra que a sua aposta na concentração de esforços em áreas onde possui vantagens comparativas, como o pré-sal e águas profundas e ultraprofundas, está dando resultados efetivos.

A XP, porém, alerta que a Petrobras está precificando seus derivados com muita defasagem temporal em relação ao Preço de Paridade de Importação, mas as margens reportadas ainda são saudáveis devido aos estoques com custo mais baixo.

O Ebitda, porém, ficou pouco abaixo do consenso do mercado, em US$ 11, 3 bilhões, ainda assim 28% maior do que o do mesmo período de 2020. Isso foi uma consequência dos maiores custos de extração no pré-sal, explica a XP. Para a corretora, esse aumento foi o primeiro sinal de inflação de custos para a estatal. 

O BTG comenta que o Ebitda também foi afetado pelas paradas de manutenção e o real mais fraco, mas que isso foi parcialmente compensado pelo segmento de refino. A margem Ebitda chegou a 52%, o resultado mais forte em uma década, de acordo com o BTG.

Outra notícia positiva trazida pela Petrobras foi o anúncio da distribuição de dividendos no valor de  R$ 37,3 bilhões, o equivalente a R$ 2,86 por ação. A Ativa destaca que com isso, a estatal soma R$ 7,70 por ação distribuídos em 2021, o equivalente a um dividend yield de 22,5% frente à cotação atual. 

Esse volume de dividendos é visto pelo UBS como reflexo do trabalho feito nos últimos seis anos, que melhorou a parte operacional da companhia e fez com que a Petrobras saísse da posição de uma das empresas mais endividadas do mundo para uma com um nível sólido de rentabilidade.

Para o UBS, a governança da Petrobras melhorou bastante nos últimos anos e a sua análise anterior sobre a empresa, por mais otimista que fosse, ainda era conservadora diante dos resultados positivos apresentados em 2021. As eleições deste ano devem trazer volatilidade para a ação, mas o banco destaca que isso não significa uma mudança nos fundamentos da empresa. O UBS mantém a sua indicação de compra sobre a Petrobras, com preço-alvo de R$ 44.

A XP também possui uma indicação de compra, com preço-alvo em R$ 45,30. Já a Ativa e o BTG são um pouco mais cautelosos e possuem uma recomendação neutra, com preços-alvos em R$ 32,50 e R$ 41, respectivamente.