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Petrobras sobe seguindo petróleo no exterior; balanço será divulgado em 30/7

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Por Leandro Manzoni

Investing.com – As ações da Petrobras operam em alta nesta sexta-feira na B3, com ganhos maiores do que o Ibovespa hoje. Os papéis acompanham a subida do preço internacional do petróleo nesta sessão, em dia de anúncios importantes para a estatal, entre os quais a data de divulgação dos números do segundo trimestre e venda de ativos.

Por volta das 15h25, os papéis preferenciais (SA:PETR4) tinham alta de 1,08% a R$ 22,38, enquanto os ordinários (SA:PETR3) avançavam 1,37% a R$ 22,96. O Ibovespa registrava ganhos de 0,44% a 99.594 pontos.

Preço do petróleo

O principal motor da alta das ações da Petrobras é o preço do petróleo no exterior, que se recupera parcialmente após iniciar o dia em queda devido a preocupações com avanço de coronavírus nos EUA e no sul da Ásia.

Os preços do petróleo tiveram uma recuperação parcial no início das negociações em Nova York na sexta-feira, depois de cair mais cedo em resposta a um aviso de que a disseminação do coronavírus nos EUA e em muitos mercados emergentes está “lançando uma sombra” sobre a recuperação econômica global.

Em Nova York, o contrato futuro de petróleo WTI subia 2,47% a US$ 40,60 o barril, enquanto o contrato futuro do Brent, negociado em Londres e referência para Petrobras, tinha alta de 2,20% a US$ 43,28 o barril.

Divulgação do balanço

A estatal informou nesta sexta-feira que divulgará o seu relatório de produção e vendas do segundo trimestre no dia 21 de julho e o seu relatório de desempenho financeiro no dia 30 de julho, após o fechamento dos mercados.

No dia 31 de julho de 2020, serão realizados dois webcasts, o primeiro em português e o segundo em inglês, para apresentar os resultados da companhia referentes ao segundo trimestre de 2020.

A mediana do consenso do mercado da Bloomberg prevê prejuízo líquido de R$ 4,8 bilhões para a Petrobras, enquanto os analistas do BTG (SA:BPAC11) projetam perdas maiores, de R$ 11,96 bilhões. No mesmo período do ano passado, a petrolífera registrou lucro líquido de R$ 18,866 bilhões.

Notícias de venda de ativos

Venda de refinaria

A Reuters informou que o fundo de investimento de Abu Dhabi Mubadala passou à frente do grupo indiano Essar na disputa para comprar a segunda maior refinaria do Brasil, conhecida como Rlam, conforme antecipou a agência de notícias.

O Mubadala fez a melhor oferta na fase vinculante e ganhou o direito de discutir com exclusividade os termos do contrato de compra com a Petrobras, numa negociação que deve levar várias semanas, disseram três fontes próximas às negociações.

Em comunicado divulgado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) na noite desta quinta-feira, a Petrobras confirmou a informação. Segundo a estatal, o início das negociações com o participante que apresentou a melhor proposta é um desdobramento esperado nos projetos de desinvestimento, do qual não há previsão de divulgação ao mercado.

Se o contrato mudar significativamente, a Petrobras chamará os concorrentes para uma segunda rodada de lances com base em preço. O vencedor final será divulgado apenas após todas as etapas estarem concluídas.

A Rlam, uma refinaria com capacidade para processar 330.000 barris por dia, é a primeira de um grupo de oito unidades que a Petrobras planeja vender para encerrar seu quase monopólio no processamento de combustíveis no Brasil.

– Campos de petróleo

A BW Offshore, da Noruega, e a DBO Energy estão entre as empresas interessadas no cluster de campos de petróleo Golfinho, da Petrobras, disseram duas fontes, enquanto a estatal busca reativar seu programa de venda de ativos na sequência de queda de preços do petróleo neste ano.

Com produção média diária de 15 mil barris de petróleo e 750.000 metros cúbicos de gás, Golfinho está entre os maiores ativos de produção que a Petrobras atualmente possui no bloco.

As ofertas vinculantes para o conjunto maduro de campos de petróleo, localizado na costa do Espírito Santo, devem ocorrer no início de setembro, disseram as fontes, que pediram anonimato para discutir assuntos confidenciais. A Petrobras e a BW Offshore se recusaram a comentar. O DBO não respondeu aos pedidos de comentário.

As fontes disseram que outras empresas também podem fazer uma oferta pelo Golfinho. Embora as duas empresas tenham sido pré-qualificadas para fazer uma oferta vinculante, não havia garantia de que as duas empresas o fizessem, acrescentaram as fontes.

– Venda de campo terrestre

A Petrobras assinou nesta quinta-feira contrato para a venda da totalidade de sua participação nos campos de Pescada, Arabaiana e Dentão para a Ouro Preto Óleo e Gás, em negócio de 1,5 milhão de dólares, informou a estatal em comunicado.

Segundo a empresa, o pagamento será realizado em duas parcelas: uma de 300 mil dólares na assinatura do acordo e outra de 1,2 milhão de dólares no fechamento da transação, que está sujeito a aprovação pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

A venda foi realizada para a OP Pescada Óleo e Gás, subsidiária da Ouro Preto que já detém 35% dos campos em consórcio com a Petrobras, que é operadora e mantém os 65% restantes. Os campos envolvidos no negócio estão localizados em águas rasas da Bacia Potiguar, no Rio Grande do Norte, e formam o Polo Pescada. A produção média do ativo no primeiro semestre de 2020 foi de aproximadamente 260 barris de óleo por dia e 190 mil metros cúbicos diários de gás.

(Com contribuição de Reuters)