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Petrobras tem lucro de R$ 18,9 bi no 2º tri, inflado pela venda de ativos

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A Petrobras divulgou nesta quinta-feira (1) seu balanço do segundo trimestre de 2019, com um lucro de R$ 18,866 bilhões, 87,3% superior ao do mesmo período do ano passado. O resultado foi inflado pela venda de ativos e pelo impacto do dólar. Sem eventos extraordinários, o chamado lucro recorrente, porém, foi de R$ 5,157 bilhões, 53% menor que o do ano passado. No semestre, o lucro foi de R$ 22,897 bilhões, 34,4% superior. Já o lucro recorrente no semestre foi de R$ 9,815 bilhões, 39% menor.

A receita de vendas do segundo trimestre foi de R$ 72,567 bilhões, 3% menor que a do ano passado. As despesas operacionais cresceram 162,1%, para R$ 8,557 bilhões. O fluxo de caixa operacional atingiu R$ 20,5 bilhões, queda de 19,9%. Já o fluxo de caixa livre foi de R$ 11,274 bilhões, queda de 27,3% sobre 2018.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Lajida ou Ebitda) ajustado foi de R$ 32,651 bilhões, 8,6% maior que no mesmo trimestre do ano passado.

A dívida bruta atingiu US$ 101,029 bilhões, 10,2% maior que no ano passado.

Em mensagem que acompanha o balanço, o presidente da Petrobras Roberto Castello Branco afirma que a estatal apresentou bom desempenho financeiro no segundo trimestre, embora tenha sido beneficiada por fatores externos fora de seu controle, como preços do petróleo, taxa de câmbio e crack spreads, e por eventos não recorrentes, como venda de ativos.

Excluídos esses fatores não recorrentes, o lucro líquido foi de R$ 5,2 bilhões e o fluxo de caixa operacional chegou a R$ 20,5 bilhões. O avanço na exploração do pré-sal, com custos de extração mais baixos (US$6 por boe) e óleo de melhor qualidade, permitiram que o EBITDA ajustado por barril de óleo equivalente (boe) no negócio de exploração & produção (E&P) tenha alcançado US$ 33,50 no 2T19 contra US$ 29,50 em 2018, mesmo com a queda no preço médio de petróleo Brent de US$ 71,0 para US$ 68,8 no 2T19.

A dívida bruta (incluindo os efeitos do IFRS 16) mantém-se em patamar elevado, de US$ 101,0 bilhões, com índices de alavancagem entre 2,5x a 3,0x, dependendo das métricas utilizadas. A Petrobras se defronta ainda com alavancagem financeira excessiva para uma companhia produtora de commodities e, portanto, exposta à volatilidade de preços e consequentemente de fluxo de caixa. Os encargos financeiros ainda consomem cerca de 40% do caixa operacional, o que evidencia a necessidade de desinvestimentos para a redução do endividamento.

Por outro lado, a companhia encerrou o trimestre com uma dívida líquida de US$ 83,7 bilhões, o que evidencia um volume de caixa excessivo, de US$ 17,4 bilhões, em 30.06.2019. Isso se deveu ao fato dos recursos originados pela venda da TAG terem sidos recebidos nos últimos dias de junho. Com efeito, trata-se apenas de uma fotografia em determinado dia e o excesso de caixa está sendo utilizado, sendo nosso objetivo manter um caixa de US$ 6,6 bilhões, dada a disponibilidade de revolving credit facilities. Assim, é prevista diminuição da dívida bruta no 3T19.

Em benefício da transparência e da eficiência na alocação do capital, a empresa revisou o orçamento de capex para 2019 de US$ 16 bilhões para um intervalo de US$ 10 a US$ 11 bilhões. Vale salientar que esses números não contêm estimativa dos valores a serem investidos nos leilões de blocos de petróleo neste semestre, inclusive o relativo aos excedentes de cessão onerosa, que após vários anos de negociações chegamos rapidamente a acordo com o Governo Federal.

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