Por Gabriel Codas, da Investing.com – O UBS divulgou nesta terça-feira relatório mantendo a recomendação de compra das ações da Petrobras (SA:PETR4), além de elevar o preço-alvo dos ativos de R$ 26 para R$ 27. Os analistas destacam que têm uma visão positiva da tese de investimentos desde o início da estratégia da nova administração de focar no core business da empresa, aumentar a lucratividade/retorno e diminuir a potencial interferência de seu acionista controlador.
Na início da tarde desta terça-feira, as ações preferenciais da Petrobras têm valorização de 2,39% a R$ 23,14, com máxima de R$ 23,24, apesar da queda do preço do petróleo no mercado internacional, com o contrato futuro do Brent, negociado em Londres e referência de preço da estatal, em baixa de 0,55% a US$ 45,12. O Ibovespa registrava alta de 1,98%.
A equipe avalia que o processo de desinvestimento, juntamente com um ritmo de desalavancagem rápida, sustentou a tese de investimento; mas o surto de Covid-19 trouxe desafios adicionais à gestão, que estava preparada para lidar com a situação. A empresa ajustou sua posição de caixa para absorver os impactos da pandemia, cortar custos, atingir níveis recordes de exportação de petróleo e entregar o menor custo de extração do passado recente.
Além disso, os analistas acreditam que a Petrobras será capaz de atingir sua meta de dívida bruta de US$ 60 bilhões em 2021, mas deve ser ajudada pelo processo de desinvestimento (cerca de US$ 20 bilhões) até 2021. No preço-alvo, aponta para c.5,5x EV / EBITDA 1FY, o que representa um desconto decente para os pares. Em relação à nova regra de dividendos, eles esperam que comece a ser aplicada em 2022, visto que em 2020 a empresa deverá apresentar um prejuízo líquido, principalmente por impairment.
No curto prazo, a potencial venda do bloco do BNDES pode continuar pesando no preço das ações, principalmente nas ações preferenciais, mas não altera a visão fundamental sobre o caso.
Estimativa de produção
O UBS reduziu em 4% a previsão de produção de petróleo de 2020 devido aos impactos da Covid-19 e à reafirmação da orientação de 2,2 milhões bbls. Por outro lado, os projetos futuros têm ganhado um certo fôlego e estão mais construtivos para os próximos anos e em linha com o guidance da empresa. Os resultados do 2T20, embora ligeiramente abaixo do esperado, suportaram uma visão positiva de redução de custos de extração.
O banco atualizou o modelo para incorporar os resultados do segundo trimestre, a curva de produção atualizada do UBS; e a previsão macro atualizada. Os resultados do 2T20 e as novas premissas da Petrobras aumentaram a avaliação para cerca de R$ 1/ação, principalmente devido à menor dívida em reais. No modelo, não considera desinvestimentos, e eles representam potencial de alta para o caso base.