Petróleo

Petróleo cai em movimento amplo para evitar riscos impulsionado por cautela com estímulo e vírus

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Por Geoffrey Smith, da Investing.com – Os preços do petróleo caíam acentuadamente na segunda-feira (21) como parte de um movimento geral de redução de risco nos mercados financeiros, desencadeado por temores de novas medidas de bloqueio na Europa e chances de recuo de um pacote de apoio fiscal dos EUA.

Em notícias específicas do petróleo, o mercado continuou a trabalhar sob a perspectiva de retorno da oferta da Líbia aos mercados mundiais como resultado de um acordo de paz provisório entre as várias facções em uma longa guerra civil. O acordo pode devolver até 1 milhão de barris por dia de petróleo para os mercados mundiais, mas ainda não foi ratificado pelo governo reconhecido pela ONU ou pelo oponente Khalifa Haftar.

Às 13h10 (horário de Brasília), os futuros de petróleo dos EUA caíam 4,28%, a US$ 39,55 o barril, tendo saltado duas vezes de uma mínima intradiária de US$ 40,20. O benchmark internacional Brent caía 3,75%, para US$ 41,53 o barril.

Os futuros de gasolina RBOB caíam 4,74%, para US$ 1,1780 o galão.

Os preços caíram abaixo de US$ 40 pela primeira vez em meses nas últimas duas semanas devido a preocupações com o enfraquecimento da demanda global, mas voltaram acima desse nível na segunda metade da semana passada depois de um discurso inflamado do ministro do petróleo da Arábia Saudita, Príncipe Abdulaziz bin Salman, em reunião de ministros do chamado “bloco Opep+” de produtores.

A Opep+ poderia ser forçada a responder ao retorno do petróleo líbio com mais cortes unilaterais na produção dos principais produtores do Golfo Pérsico, de acordo com o The Wall Street Journal. Ele citou um documento de planejamento interno que previa a Arábia Saudita, os Emirados Árabes Unidos e o Iraque cortando sua produção em mais de 700.000 barris por dia para reequilibrar o mercado nessa contingência.

Embora haja poucos outros temores relacionados à oferta, o ritmo da recuperação da demanda continua sendo uma preocupação: o Reino Unido, um dos vários países europeus que está experimentando um ressurgimento nos casos da Covid-19, deve reimpor medidas de bloqueio pelo menos em uma base regional, inclusive na capital Londres.

Além disso, as refinarias chinesas estão reduzindo suas execuções entre 5% e 10% este ano, em face dos altos estoques de produtos e baixas margens de exportação, de acordo com a Reuters.

Além disso, os temores quanto à trajetória da demanda dos EUA estão crescendo à medida que uma nova ameaça emergiu às chances de pacotes de apoio fiscal de Washington. A morte da juíza da Suprema Corte Ruth Bader Ginsburg, e a necessidade de encontrar um sucessor para ela, aumentam a chance de os legisladores ficarem muito distraídos para trabalhar em um pacote de medidas de apoio a uma economia onde dados do governo indicam que o desemprego ainda está acima 29 milhões.

A recuperação da demanda de combustível dos EUA já praticamente perdeu força, com o consumo ainda 13% abaixo dos níveis do ano passado, de acordo com a Administração de Informação de Energia.

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