Por Barani Krishnan, da Investing.com – Os preços do petróleo caíram muito pouco nesta quarta-feira (22), apesar da inesperada alta nos estoques dos EUA, à medida que os touros avançaram com sua determinação de prolongar o rali de três meses do mercado e alcançar US$ 45 por barril no curto prazo.
“Parece que US$ 45 é a meta para os longos no mercado. Apesar disso, há preocupações da comunidade mais ampla. São de que, à medida que os preços subirem, veremos as perfuradoras norte-americanas voltando aos campos para aumentar a produção. Ela já é maior pela Opep a partir do próximo mês”, disse Gene McGillian, analista da Tradition Energy em Stamford, Connecticut.
“Se tivermos outra contenção econômica por causa da nova onda de infecções de coronavírus, certamente poderemos estar exagerando a esses preços”.
O West Texas Intermediate, referência para o mercado futuro de petróleo nos EUA negociado em Nova York, caiu apenas 4 centavos de dólar, a US$ 41,88 por barril. O índice chegou a cair 78 centavos de dólar no início da sessão de hoje, para US$ 41,14. Na terça-feira, o WTI atingiu uma máxima de quatro meses em US$ 42,40.
O Brent, referência mundial em petróleo negociada em Londres, caiu 2 centavos, para US$ 44,23. O índice chegou a US$ 44,88 na terça-feira, máxima desde março.
Rali
O petróleo está em rali há três meses, passando de quase US$ 40 negativos para US$ 40 positivos.
A tendência de alta se manteve com os touros focados na recuperação da demanda por gasolina desde o levantamento dos bloqueios da Covid-19 em maio, apesar das ameaças de novas restrições por outra onda do vírus, que já infectou 4 milhões de norte-americanos e matou pelo menos 145.000 .
Além disso, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), liderada pela Arábia Saudita, e seus aliados, liderados pela Rússia, retirarão de agosto cerca de 2 milhões de barris dos 9,6 milhões de barris por dia dos cortes de produção cumpridos desde maio.
A queda nos preços de quarta-feira ocorreu depois que a Administração de Informação de Energia informou que os estoques de petróleo dos EUA cresceram em 4,9 milhões de barris na semana encerrada em 17 de julho. Os analistas esperavam uma queda de 2 milhões de barris.
Estoques
O EIA disse que a alta no estoque ocorreu porque as importações de petróleo subiram em 373.000 barris na semana passada, enquanto as refinarias processaram menos petróleo em produtos combustíveis, como gasolina e diesel. O aumento reverteu em 67% a queda de 7,5 milhões de barris relatado pela EIA durante a semana terminada em 10 de julho.
O petróleo armazenado nas instalações de Cushing, Oklahoma, cresceu em 1,37 milhão de barris na semana passada. Esse número é muito acima das expectativas de uma alta de 769.000 barris.
Do lado dos combustíveis, os estoques de destilados, em grande parte compostos por diesel, aumentaram em 1,1 milhão de barris em comparação com as expectativas de uma queda de 618.000 barris. Esse crescimento também anulou a queda da semana anterior de 453.000 barris.
Mas os estoques de gasolina caíram em 1,8 milhão de barris. Dessa forma, estenderam a queda de 3,1 milhões da semana anterior e superando as previsões de um declínio de 1,4 milhão.
Além dos estoques, a produção de petróleo nos EUA subiu pela primeira vez em cinco semanas. Assim, cresceu cerca de 100.000 barris por dia na semana passada, atingindo 11,1 milhões de barris por dia.