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Petróleo e gás em novas máximas, combustíveis no Brasil: confira as principais notícias de hoje (7)

Fique por dentro dos cinco principais assuntos que movimentarão as bolsas em todo o mundo nesta segunda-feira

Dólar
- Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Por Geoffrey Smith e Ana Beatriz Bartolo, da Investing.com – Os preços do petróleo e do gás natural sobem para novos máximos, já que os EUA impõem uma proibição total às compras de energia russa.

O euro cai diante de um choque estagflacionário e da ameaça de instabilidade global impulsionada pelos altos preços dos alimentos, à medida que os preços do trigo atingem novos máximos históricos.

As ações americanas devem ter um início de semana complicado.

No Brasil, a insenção de impostos sobre o combustível desagrada o Ministério da Economia. 

Aqui está o que você precisa saber nos mercados financeiros na segunda-feira, 7 de março:

1. Petróleo sobe quando Blinken discute proibição de compra de energia russa

Os mercados de ações globais despencaram quando os preços do petróleo bruto saltaram novamente para o nível mais alto desde 2008, depois que o secretário de Estado dos EUA, Anthony Blinken, disse que os EUA procuram ativamente fechar a brecha das sanções que permite que os compradores ocidentais continuem comprando petróleo e gás russos.

Às 08h48, os futuros do petróleo nos EUA disparavam 6,19%, a US$ 122,84, enquanto os de Brent avançavam 6,07%, a US$ 125,28 o barril.

Os comentários de Blinken representaram uma mudança na política dos EUA, após a hesitação inicial do presidente Joe Biden, que está relutante em aumentar os preços domésticos da gasolina.

Os preços das bombas estão agora acima de US$ 4 o galão em muitos estados, enquanto os futuros de atacado chegaram a US$ 3,70 o galão nas negociações durante a noite.

Um aperto nas sanções oficiais reforçaria a “auto-sanção” já evidente nos mercados de petróleo, que viram uma licitação de exportação russa após a outra não encontrar compradores na semana passada.

A Shell (LON:RDSa), que comprou um carregamento de petróleo russo a US$ 28/barril abaixo dos preços de referência na sexta-feira, foi pressionada pela indignação pública a dizer no domingo que desviaria todos os lucros do comércio para uma instituição de caridade que ajuda as vítimas da guerra.

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2. Novela dos combustíveis no Brasil

O governo avalia anunciar nesta semana um programa de subsídios aos combustíveis, com validade de três a seis meses, para compensar a alta do petróleo no mercado internacional. Fontes do Estadão, porém, afirmam que o Ministério da Economia se posiciona contrário a essa proposta. 

A ideia consiste em usar os dividendos pagos pela Petrobras (SA:PETR4) à União e o dinheiro da participação social para subsidiar a diferença entre o preço do petróleo e um valor fixo de referência para cotação do petróleo, que ainda será definido.

Um projeto similar também segue em discussão no Senado. 

A equipe do Ministério da Economia critica a medida trabalhada entre os senadores, pois as fontes de arrecadação já estariam comprometidas com outras partes do orçamento e o valor esbarraria no teto de gastos.

Para a pasta, o ideal seria continuar com os esforços em prol da redução do ICMS. 

Essas discussões acontecem enquanto a Petrobras deseja buscar esta semana a aprovação do governo para aumentar os preços dos combustíveis em suas refinarias no Brasil, segundo a Reuters. O aumento de preço proposto diminuiria a diferença em relação ao combustível importado, mas ficaria abaixo dos preços internacionais, disseram duas pessoas que pediram para não serem identificadas.

Enquanto isso, o governo brasileiro  indicou o ex-executivo da Petrobras, Rodolfo Landim, atual presidente do Flamengo, para presidir o conselho de administração da estatal, informou a empresa em um comunicado na noite de sábado.

Antes, o presidente do conselho da Petrobras, almirante Eduardo Bacellar Leal Ferreira.

3. O euro despenca com o crescimento e os temores de inflação

O choque econômico da guerra e o último aumento nos preços da energia são assimétricos: atingirá a Europa com muito mais força do que os EUA, porque a Europa depende muito mais da energia russa.

A Alemanha resistiu à pressão por uma proibição total das importações de energia da Rússia, mas outras vozes na UE, principalmente no ex-bloco soviético, disseram acreditar que as preocupações com a segurança superam a dor econômica.

O euro caiu para US$ 1,0807, estendendo sua pior sequência de 3 dias desde 2020. Agora, perdeu quase 4% em relação ao dólar na semana passada, em meio à crescente crença de que o Banco Central Europeu colocará no gelo todos os planos que tinha para aperto da política monetária, apesar do elevado nível atual de inflação.

Enquanto isso, o Banco Nacional Suíço disse estar pronto para intervir para impedir que o franco suíço – uma das moedas de financiamento favoritas do mundo – se valorize ainda mais.

A mensagem foi suficiente para que o franco ficasse abaixo da paridade com o euro. O dollar index, que acompanha o dólar em relação a uma cesta de moedas de mercados desenvolvidos, atingiu uma nova alta de 22 meses.

Na Rússia, entretanto, a situação econômica continua a deteriorar-se acentuadamente. O dólar ganhou mais 12,8% em relação ao rublo em Moscou na segunda-feira, e a moeda russa agora perdeu metade de seu valor desde o início da invasão.

A primeira das muitas inadimplências da dívida internacional provavelmente será confirmada na segunda-feira, já que a petrolífera Rosneft e a gigante do gás Gazprom (MCX:GAZP) parecem provavelmente fazer uso de uma nova dispensa do banco central russo, permitindo-lhes pagar sua dívida em moeda estrangeira com pagamentos em rublos. Isso violará as cláusulas em seus respectivos prospectos de títulos. 

Gazprom, em particular, é um dos maiores emissores de dívida corporativa em dólares e euros, e qualquer inadimplência causará ondas de choque nos mercados de dívida emergentes.

4. Mercado de ações americanas 

As ações dos EUA devem abrir em queda acentuada, já que a perspectiva de preços mais altos do petróleo alimenta temores de um choque inflacionário e uma desaceleração do crescimento ao mesmo tempo.

Isso apesar do relatório mensal do mercado de trabalho na sexta-feira ter mostrado que a economia dos EUA está em péssima saúde e se aproximando rapidamente da substituição de todos os empregos perdidos no primeiro ano da pandemia.

Às 08h54, os futuros da Nasdaq 100 recuavam 1,55%, enquanto os da Dow Jones e da S&P 500 caíam 1,41% e 1,43%, respectivamente. 

Com a temporada de lucros terminando, o foco está mudando para notícias de fusões e aquisições.

As ações que provavelmente estarão em foco mais tarde incluem as perfuradoras de xisto de Dakota do Norte Oasis e Whiting, que o Wall Street Journal informou estar em negociações de fusão no domingo.

Também em foco estará a Bed Bath & Beyond (NASDAQ:BBBY) depois que o fundador da Chewy (NYSE:CHWY), Ryan Cohen, acumulou uma participação no varejista problemático (aparentemente transformando a GameStop (NYSE: GME) por aí não é um desafio suficiente).

5. Aproxima-se a crise mundial de grãos

Os futuros de trigo foram novamente suspensos, limitados a uma nova alta histórica de US$ 1.294,12, no CME, enquanto os combates na Ucrânia continuavam a interromper o fornecimento de dois países que fornecem quase 30% dos grãos mais importantes do mundo.

Os analistas estão cada vez mais preocupados com o impacto da guerra nos preços globais dos alimentos, dado o papel fundamental desempenhado pela Rússia e pela Ucrânia em outras commodities agrícolas, como milho e óleo de girassol e fertilizantes.

Os combates já estão acabando com a semeadura na maior parte da Ucrânia, resultando em colheitas reduzidas nas regiões afetadas. A menor disponibilidade de fertilizantes diminuirá ainda mais os rendimentos.

A alta dos preços dos alimentos foi um dos fatores que mais contribuíram para a Primavera Árabe em 2010/2011 e já preocupam o Egito, país de 105 milhões de habitantes que importa mais de 80% de seu trigo da Rússia e da Ucrânia e que subsidia o pão preços extravagantes.