Os contratos futuros de petróleo fecharam em alta nesta quarta-feira (13), em mais uma sessão na qual a continuidade das tensões na guerra da Ucrânia impulsiona a commodity, uma vez que há temores pela produção e maiores sanções à Rússia.
Além disso, o enfraquecimento do dólar, moeda na qual o barril é cotado, estimula investidores, em um dia no qual a flexibilização de lockdowns na China também é observada.
O petróleo WTI para maio fechou em alta de 3,63% (US$ 3,65), a US$ 104,25 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), enquanto o Brent para junho subiu 3,96% (US$ 4,14), a US$ 108,78 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE).
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, diminuiu as esperanças de que a guerra na Ucrânia possa terminar em breve, descrevendo as negociações de paz como um beco sem saída, aponta o Commerzbank. "Isso significa que um embargo de petróleo da União Europeia contra a Rússia ainda é uma possibilidade, mesmo que ainda não tenha sido encontrada maioria para apoiá-lo", avalia.
Hoje, Putin afirmou que pode redirecionar facilmente as exportações de seus recursos energéticos do Ocidente para países que realmente precisam deles, enquanto aumenta o consumo doméstico de petróleo, gás e carvão.
A decisão dos EUA e de aliados de liberarem reservas estratégicas deverá ajudar a contrabalançar a queda na oferta da Rússia, e deve aliviar a crise de energia que impulsionou os preços da commodity, segundo a da Agência Internacional de Energia (AIE).
A agência estima que a guerra poderá fazer com que 3 milhões de barris por dia (bpd) da Rússia deixem os mercados globais até maio. Levando o acirramento das tensões em conta, o TD Securities projeta o WTI em US$ 108 no terceiro trimestre deste ano.
A AIE cortou sua projeção de demanda global por petróleo em 2022, em 260 mil bpd, em função de lockdowns decretados na China para combater surtos de covid-19. A AIE também reduziu sua previsão para a oferta global deste ano, em 200 mil bpd, a 99,3 milhões de bpd. Já hoje, o TD Securities aponta que investidores têm esperança de que a demanda da China comece a se recuperar após a redução recente dos bloqueio.
Ainda nesta quarta, os estoques de petróleo nos EUA subiram 9,382 milhões de barris, a 421,753 milhões, informou o Departamento de Energia (DoE, na sigla em inglês). Analistas ouvidos pelo The Wall Street Journal previam avanço bem mais modesto, de 400 mil.
*Por Estadão Conteúdo