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Tensão por mínima histórica do petróleo nos EUA causa leve queda no Ibovespa e mais uma alta do dólar

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O Ibovespa, principal índice acionário da B3, a bolsa brasileira, oscilou durante o pregão desta segunda-feira (20), refletindo a aversão ao risco no exterior, crash nos preços de petróleo americano e as tensões políticas renovadas no cenário interno. Ao fim do dia, o índice registrou perdas de 0,02%, aos 78.972,76 pontos.

O dólar comercial permaneceu em alta ao longo do dia. A moeda norte-americana teve valorização de 1,40%, cotada a R$ 5,309 no fechamento.

Nos EUA, o preço dos futuros de maio do WTI operava em negativo pela primeira vez, e fechou em US$ -37,63 o barril. O temor do excesso de armazenamento e a falta de demanda da commodity em decorrência do coronavírus preocupavam o mercado. Como os contratos vencem amanhã, investidores saíram em maratona para vender ou adiar a entrega de sua parte.

Veja os principais fatores que influenciaram o mercado financeiro na sessão de hoje:

Mercados internacionais

No Japão, o Nikkei 225 fechou com baixa de 1,15%, enquanto o Shangai Composite subiu 0,51%.

Na Europa, DAX 30 teve alta de 0,47%; assim como o FTSE 100, que subiu 0,45%; e o CAC 40, que ganhou 0,65%.

Nos Estados Unidos, Dow Jones recuou 2,44% e S&P 500 desvalorizou 1,79%. Nasdaq perdeu 1,03%.

Petróleo

O petróleo WTI, negociado nos EUA, fechou em preços negativos pela primeira vez na história, atingindo todos os recordes de mínimas. Em um movimento que remetia a brincadeira de “batata quente”, o mercado entrou em disparada para adiar ou vender os contratos de maio, que vencerão amanhã. O WTI fechou o dia vendido a US$ -37,63. Os futuros de junho valiam US$ 21,40.

Além dos receios acerca da queda na demanda, com a pandemia de coronavírus, a commodity sofre com os investidores migrando dos contratos de curto prazo e dúvidas em relação à capacidade de armazenamento do óleo. A previsão é que o maior centro de estoque dos EUA, localizado no estado de Oklahoma, não suporte armazenar a produção em algumas semanas.

Coronavírus

Os casos do covid-19 no mundo passam de 2,4 milhões, com mais de 160 mil mortes. No Brasil, são quase 40 mil ocorrências e o número de óbitos beira 2500.

Nos Estados Unidos, o processo de reabertura da economia começa hoje com o estado do Texas, com parques e praças de volta a normalidade — mas com frequentadores com máscaras. O presidente Donald Trump já havia começado, na semana passada, a traçar um plano de retomada com os governadores.

Na Europa, a Alemanha também começa a pensar na volta da quarentena. Lojas menores podem voltar a funcionar a partir de hoje e montadoras também retomam parte da produção. No entanto, a primeira-ministra Angela Merkel defendeu a cautela durante a reabertura.

Em Brasília

No Distrito Federal, as tensões se renovaram com a participação do presidente Jair Bolsonaro num ato que pedia um novo AI-5 (medida de 1968 que endureceu a ditadura), além de uma intervenção militar. Em resposta, 20 governadores assinaram uma carta em defesa da democracia, e o episódio foi repudiado também por políticos e ministros do STF.