Por Barani Krishnan
Investing.com – Os preços do petróleo subiam na segunda-feira (6), com movimentos de apoio da Opep e o apetite ao risco nos mercados ajudando a amenizar as preocupações com o aumento nos novos casos de coronavírus nos EUA.
O West Texas Intermediate, referência para futuros de petróleo nos EUA negociada em Nova York, caía 0,02 centavos de dólar, praticamente estável, em US$ 40,63 por barril às 16h (horário de Brasília).
O Brent, referência mundial em petróleo negociada em Londres, subia 26 centavos de dólar, ou 0,6%, para US$ 43,06 dólares.
Os traders citaram a medida do peso pesado da Opep, a Arábia Saudita, de aumentar o preço oficial de venda de seu petróleo para a Ásia como um fator que sustenta o mercado.
A aliança Opep+, liderada pela Arábia Saudita e pela Rússia, de cerca de duas dúzias de exportadores de petróleo, também prometeu reduzir a produção em um recorde de 9,7 milhões de barris por dia pelo terceiro mês em julho. A partir de agosto, os cortes devem diminuir para 7,7 milhões de bpd até dezembro.
Outro fator que apoiou o petróleo foi a queda esperada nas exportações da Líbia, pois as forças opostas ao governo em Trípoli continuaram a bloquear as remessas para fora do país do norte da África. Os mercados globais de ações, liderados por uma alta na Ásia que se estendeu a Wall Street, também deram um impulso ao petróleo.
Parte desse impulso foi compensado por dados da empresa de inteligência de mercado Genscape, bem como da rival Seevol.com, que sugeriram um crescimento substancial nos estoques de petróleo bruto no centro de Cushing, Oklahoma, que recebia o petróleo entregue dos contratos vencidos da WTI.
A Genscape registrou um aumento de 2,5 milhões de barris nos estoques de Cushing, enquanto a Seevol citou uma construção de 1,6 milhão de barris.
“Na verdade, existem mais fatores negativos do que positivos no mercado, com discussões sobre o decepcionante consumo de gasolina antes do fim de semana de 4 de julho e o resultante crescimento em Cushing”, disse John Kilduff, sócio-fundador do fundo de hedge de energia de Nova York Again Capital.
Há também, é claro, os novos casos de Covid-19 nos Estados Unidos, enquanto o governo Trump continua tentando minimizar o surto.
O Texas, o maior estado no refino de petróleo dos EUA, e a Flórida, o centro de lazer da América, relatam seu maior aumento diário em novos casos confirmados de coronavírus nos últimos dias, elevando o total de infecções nos EUA para mais de 2,8 milhões e mortes para quase 130.000.
Os números foram registrados enquanto o presidente Donald Trump dizia que 99% dos novos casos de Covid-19 no país eram “inofensivos”. Isso levou a uma refutação diplomática do comissário da Administração de Alimentos e Medicamentos dos EUA, Stephen Hahn, que disse à CNN que as infecções eram “um problema sério” e que as autoridades “deveriam fazer algo para conter a maré”.