Petróleo

Petróleo sobe com fala de Trump sobre maior corte de produção da OPEP

Investing.com – O objetivo da Opep+ é cortar a produção de 20 milhões de barris por dia, não os 10 milhões reportados, de acordo com o presidente dos EUA Donald Trump em um tweet na manhã desta segunda-feira (13). Trump diz que se envolveu nas negociações do acordo da maior redução da oferta da história do petróleo, finalizado neste domingo, e que o número de corte é maior do que o revelado.

Com isso, os preços do petróleo dispararam, após oscilar sem direção na sessão desta segunda-feira. O contrato futuro do petróleo dos EUA (WTI) subia 4% a US$ 23,67, enquanto o contrato futuro do petróleo Brent, negociado em Londres e referência mundial, subia 1,72% a US$ 32,02.

A volatilidade é a regra do mercado petrolífero desta segunda-feira. A mínima intradiária do WTI foi de US$ 22,05 e a máxima a US$ 24,59, enquanto o Brent teve o piso em US$ 30,63 e o teto em US$ 33,25.

Trump prosseguiu o tweet afirmando que a combinação de corte drástico na oferta e o retorno dos negócios pós-pandemia do coronavírus Covid-19 vai fortalecer a indústria do petróleo.

Ministro saudita de Energia endossa Trump

O ministro de Energia da Arábia Saudita disse nesta segunda-feira que os cortes efetivos na oferta de petróleo após um pacto fechado pela Opep+ devem somar cerca de 19,5 milhões de barris por dia, o que leva em consideração o acordo do grupo, o comprometimento de outros países do G20 e compras de petróleo para reservar estratégicas.

O príncipe Abdulaziz bin Salman disse a jornalistas em uma teleconferência que países do G20 que não fazem parte da aliança Opep+ prometeram cortes de cerca de 3,7 milhões de bpd na oferta, enquanto compras de petróleo para reservas estão estimadas em 200 milhões de barris nos próximos dois meses pela Agência Internacional de Energia (IEA).

O príncipe disse ainda que os sauditas podem reduzir sua produção de petróleo abaixo de sua cota atual de 8,5 milhões de bpd se isso for necessário para o mercado e se os cortes forem realizados de maneira coletiva com outros países, em base proporcional.

Acordo histórico da Opep+

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), Rússia e outros países produtores de petróleo concordaram neste domingo com um corte na produção em volume recorde, representando 10% da oferta global, para apoiar os preços do petróleo em meio à pandemia do coronavírus.

O grupo, conhecido como Opep+, acordou a redução da produção em 9,7 milhões de barris por dia (bpd) em maio e junho, depois de quatro dias de negociações e após a pressão do presidente dos EUA, Donald Trump, para impedir a queda de preços.

Duas fontes da Opep+ disseram à Reuters que o acordo foi fechado em uma videoconferência neste domingo. Posteriormente, ele foi confirmado em um comunicado do Ministério da Energia do Cazaquistão.

No maior corte na produção de petróleo de todos os tempos, os países continuarão diminuindo gradualmente os freios à produção por dois anos até abril de 2022.

Medidas para conter a disseminação do coronavírus destruíram a demanda por combustível e reduziram os preços do petróleo, pressionando os orçamentos dos produtores de petróleo e prejudicando a indústria de xisto dos Estados Unidos, que é mais vulnerável a preços baixos devido aos seus custos mais altos.

A Opep+ também disse que queria que produtores de fora do grupo, como Estados Unidos, Canadá, Brasil e Noruega, cortassem mais 5% da produção ou 5 milhões de bpd.

O ministro de Minas e Energia do Brasil (SA:ENBR3) (SA:ENBR3) ENBR3, Bento Albuquerque, disse na sexta-feira que, por questões legais, o governo brasileiro não tem influência sobre o mercado de petróleo, sendo apenas responsável pelas políticas públicas do setor. Também afirmou que a Petrobras (SA:PETR4) (SA:PETR4), que é controlada pela União, já reduziu sua produção em 200 mil bpd, o que representa 20% do total das exportações de petróleo do Brasil.

Canadá e Noruega sinalizaram disposição para cortar e os Estados Unidos, onde a legislação também dificulta a atuação em conjunto com cartéis como a Opep, disseram que sua produção cairia acentuadamente este ano devido aos baixos preços.

– Com contribuição de Reuters