Por Peter Nurse, da Investing.com – Os preços do petróleo avançaram na sexta-feira (28), na rota de mais uma semana de ganhos com a ajuda das tensões geopolíticas continuadas entre a Rússia e a Ucrânia, além dos principais produtores se manterem firmes em um aumento gradual da produção apesar do aumento da demanda.
Às 14h30 (horário de Brasília), os futuros do petróleo WTI, negociado em Nova York e referência de preços nos EUA, era negociado com alta de 0,65%, a US$ 87,17 por barril, tendo escalado para seu preço mais alto em sete anos, a US$ 88,54, na quinta-feira, enquanto o contrato do Brent, cotado em Londres e referência mundial de preço, aumentou 0,79% para US$ 88,84, pouco abaixo da máxima do pregão anterior, a mais alta desde outubro de 2014.
“O rali atual do petróleo é implacável,” disse Matthew Weller, Chefe Global de Pesquisa de Mercado na GAIN Capital, em relatório, “apesar de preocupações quanto a redução de demanda com a propagação da ômicron pelo mundo como uma queimada e a subida do dólar dos EUA na esteira de uma reunião hawkish do FOMC".
Outro fator que está ajudando a alta do mercado do petróleo são as crescentes preocupações sobre as intenções da Rússia em relação à Ucrânia, especialmente após Moscou criticar as propostas dos EUA direcionadas para desarmar a crise, dizendo que deixavam de considerar as demandas da Rússia no sentido de impedir a expansão da OTAN.
A Rússia vem reunindo milhares de tropas próximo à fronteira orienta da Ucrânia, e o chefe de negociação da União Europeia, Valdis Dombrovskis, afirmou que o bloco poderia mirar o setor de energia caso a Rússia invadisse a Ucrânia.
A Rússia fornece à Europa a maior parte do seu gás natural, e quaisquer sanções poderiam provocar uma corrida alucinada por fontes alternativas de petróleo.
Além disso, o mercado está atento à próxima reunião da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados, capitaneados pela Rússia, grupo conhecido como OPEP+.
A expectativa é que o grupo se mantenha firme em sua estratégia de incrementar as quotas de produção em 400.000 barris diário por mês.
Ele vem enfrentando dificuldades para cumprir suas metas nesta estratégia, com quase todos os signatários, exceto pela Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos, incapazes de incrementar sua produção como planejado, em função de diversos problemas históricos.
Isto é um problema, dado que a retomada econômica global está levando a demanda de volta a níveis pré-pandemia.
Dados divulgados na quinta-feira mostraram que a economia dos EUA alcançou em 2021 seu maior crescimento em quase quatro décadas, avançando 5,7% no ano passado, o crescimento mais robusto desde 1984, após um aumento anualizado de 6,9% no quarto trimestre.
Também na Europa, o PIB da França cresceu 7% em 2021 como um todo, a maior taxa desde 1969, enquanto a economia da Espanha se expandiu à sua maior taxa em duas décadas no ano passado.
A Alemanha foi a exceção, já que a maior economia da zona do euro apresentou retração de 0,7% no quarto trimestre.
A contagem de plataformas da Baker Hughes e os dados de posicionamento do CFTC fecham a semana mais tarde no pregão.