Por Barani Krishnan, da Investing.com – O invencível mercado do petróleo também pode cair, como provou o pregão desta segunda-feira (24). A pergunta agora é: será que a queda se manterá, ou ele irá se recuperar de maneira substantiva, como ocorreu na sexta-feira passada?
Os futuros do petróleo registravam queda de 3% no último pregão, unindo-se ao derretimento nos mercados de capitais com os temores de que o Federal Reserve possa se mostrar mais agressivo do que se imaginava quando publicar seu primeiro comunicado de política monetária na quarta-feira com relação a um aumento dos juros após o surto de Covid.
O aperto do balanço por parte do Fed e o iminente aumento dos juros vêm após um estímulo de mais de US$ 2 trilhões proporcionado pelo bancos central através da compra de títulos e ativos, e coincide com a desaceleração do crescimento entre os resultados da empresas dos EUA para o quarto trimestre. O efeito resultante impactou as premiadas afetou o premiado setor de Big Tech de Wall Street com o índice Nasdaq, que costumava ser o queridinho dos investidores, chegando próximo a uma zona bearish, registrando perdas de 19% em certo ponto na segunda-feira.
No front do petróleo, o petróleo Petróleo WTI, negociado em Nova York e referência de preço nos EUA, apresentava queda de 2,8%, a US$ 82,67 por barril às 16h46 (de Brasíla).
O Brent, cotado em Londres e referência mundial de preço, caía 2,56%, para US$ 84,82.
Uma queda semelhante aconteceu com o petróleo na sexta-feira, com o WTI chegando a perder 5% à mínima do pregão antes de uma reviravolta que o fez fechar com queda de menos de 1%.
“Tem sido um rali notável e não há nada que indique que os preços atingiram seu pico,” disse Craig Erlam, analista da plataforma de negociação online OANDA, referindo-se aos quase 20% de ganhos acumulados pelos mercados do petróleo ao longo das últimas cinco semanas. “Ele atravessou um longo caminho em um período de tempo curto, mas os fundamentos continuam bullish”.
Além dos dados da OPEC+ que indicam subinvestimentos na produção que estão prejudicando o fornecimento da aliança de 23 países exportadores de petróleo, os preços do petróleo bruto também tem o suporte da geopolítica em torno de uma possível guerra na Ucrânia.