A PetroReconcavo (RECV3) anunciou, no início da semana, uma nova oferta de ações que pode movimentar até R$ 2,17 bilhões. A operação foi aprovada pelo conselho de administração da Companhia e consistirá, inicialmente, na distribuição pública primária de 44 milhões de ações.
No entanto, a quantidade de ações inicialmente ofertada poderá ser acrescida em até 80% do total (até 27 milhões novas ações), além de 8,2 milhões de ações de titularidade do acionista vendedor PetroSantander Luxembourg Holding S.a.r.l., na chamada oferta secundária.
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Segundo a empresa, apenas investidores profissionais, com mais de R$ 10 milhões em investimentos podem participar dessa oferta.
Para a Nord, ainda que parte dos investidores pessoas físicas não possa participar da oferta, por ser restrita, vale a pena investir nas ações da PetroReconcavo.
Por que vale a pena?
A empresa atua na operação e revitalização de campos maduros onshore (em terra), ou seja, ela compra ativos de grandes petroleiras, como a Petrobras (PETR4), para continuar crescendo.
Para o analista Fabiano Vaz, responsável pela carteira Nord Deep Value, a PetroReconcavo vem dobrando a produção desde dezembro de 2021, com o início das operações do Polo Miranga e com o redesenvolvimento de campos maduros, no qual a empresa é especialista.
Com os recursos líquidos obtidos por meio da oferta primária, a companhia pretende investir na aquisição de novos campos, tais como a do Polo Bahia Terra em curso.
A Nord ressalta que no 1T22, a PetroReconcavo registrou uma produção média diária de 19 mil boe (barris de óleo equivalente). Esse valor representa um crescimento de 68% na comparação com a média diária do 1T21.
"Se considerarmos apenas as revitalizações (sem aquisição de novos campos), a expectativa é que a PetroReconcavo alcance uma produção de cerca de 35 mil boe/dia em 2024", pontua a Nord.
Na leitura de Vaz, com a aquisição do Polo Bahia Terra e considerando a produção atual, a companhia aumentaria cerca de 8 mil boe/dia a partir de 2023, um incremento de 43% na produção atual.
Mais perto de dobrar a produção
"Vemos esse negócio com potencial para dobrar a produção nos próximos 2, 3 anos com a aquisição do polo onshore Bahia Terra. Além de aumentar a escala da PetroReconcavo, o campo possui ainda ativos como a Unidade de Processamento de Gás Natural (UPGN), que pode aumentar a lucratividade e rentabilidade do negócio", avalia Vaz.
Mas há riscos e os principais são:
– Acidentes operacionais: mesmo com a experiência da empresa na aquisição e revitalização de campos terrestres maduros, problemas ou erros de execução podem impactar os resultados.
– Dependência de um único cliente: a Petrobras atualmente compra 100% do petróleo da PetroReconcavo (com um desconto), porém a expectativa é de o desconto diminuir e também que no futuro eles consigam vender o petróleo para outras empresas além da Petrobras.
– Preços de petróleo/câmbio: a companhia sempre vai ter dependência do preço do petróleo, apesar do crescimento da produção reduzir esse risco.
Compra
Se no offshore (no mar) a PetroRio (PRIO3) é uma ótima oportunidade, no onshore a PetroReconcavo vem mostrando grande crescimento e visibilidade futura.
"Conforme vimos anteriormente, dobrando a produção de óleo e gás, a PetroReconcavo aproveita o forte ciclo do petróleo para continuar crescendo no cenário onshore brasileiro. Adicionalmente, a perspectiva de crescimento da produção reduz a dependência por uma commodity com preços elevados. A nosso ver, sem considerar a aquisição do Polo Bahia Terra, apenas crescendo por meio da revitalização, a PetroReconcavo mais do que dobra seu Ebitda e negocia a 3,4x Ebitda 2023. Com a aquisição do Bahia Terra – e em busca de novas aquisições para o futuro –, a PetroReconcavo pode ser uma outra ótima oportunidade no setor de óleo e gás", diz a Nord, que recomenda compra das ações.