O Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 1% no primeiro trimestre deste ano, na comparação com o último trimestre do ano passado. Esse foi o terceiro resultado positivo, depois do recuo no segundo trimestre de 2021 (-0,2%). O PIB, a soma dos bens e serviços produzidos no Brasil, chegou a R$ 2,249 trilhões em valores correntes.
Os dados são do Sistema de Contas Nacionais Trimestrais, divulgados nesta quinta-feira (2) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Para Alexandre Espirito Santo, economista-chefe da Órama, o avanço de 1% no PIB do 1º trimestre de 2022 veio um pouco abaixo das expectativas da Órama, que apontavam para um crescimento de 1,2%.
"Sob a ótica da produção, a agricultura teve um desempenho levemente pior do que esperávamos, com queda de 0,9%, enquanto os serviços um crescimento pouco abaixo, em +1%. A indústria ficou praticamente estável, em +0,1%, que era a nossa expectativa. No acumulado em 12 meses o PIB cresce 4,7%", detalha Espírito Santo.
Avaliando de maneira mais pormenorizada o resultado, o economista-chefe ressalta que o consumo das famílias, que possui grande relevância na composição, ainda não conseguiu ganhar tração, com modesto crescimento de 0,7%, enquanto a formação bruta de capital fixo (investimentos) recuou 3,5%.
Já o consumo proveniente do governo teve desempenho estável, apenas 0,1%. No lado externo, as exportações cresceram 5% e as importações recuaram 4,6%.
"Nos parece que a combinação da reabertura da economia, com um mercado de trabalho mais aquecido foi o lado positivo. Todavia, a inflação elevada, bem como a política monetária mais restritiva, parece ter afetado o comportamento da demanda para pior".
Marcelo Oliveira, CFA e fundador da Quantzed, empresa de tecnologia e educação financeira para investidores também reforça que, apesar do crescimento, o PIB veio levemente abaixo da expectativa do mercado.
"Vemos um ambiente global positivo com reabertura do comércio, pessoas saindo para as ruas. Foi um número positivo, mas não é garantia que teremos dias tranquilos pela frente. Olhando pelo lado negativo, temos muitos problemas nos próximos meses. E vemos um segundo semestre muito desafiador para a economia", analisa.