Por Ana Beatriz Bartolo, da Investing.com – O UBS espera que os Estados Unidos apresentem um crescimento anual no PIB de dois dígitos até pelo menos o primeiro trimestre de 2022, uma vez que o Federal Reserve, assim como outros bancos centrais, continua sem pressa para elevar as taxas de juros.
Após a recessão e a inflação em 2020, os estímulos monetários e a reabertura da economia permitiram que o PIB americano crescesse 12% em termos reais no 2T21 em comparação com o 2T20. Se a inflação de 4,5% não for descontada, essa alta chega a 17% em termos nominais, aponta o relatório do UBS.
A situação é semelhante na zona do Euro, onde com a inflação a 2%, o crescimento real foi de 13,2% no 2T21, comparado com o mesmo período de 2020.
Diante desse cenário, o UBS prevê aos investidores uma boa oportunidade nos ganhos corporativos e acionários, especialmente em mercados expostos ao crescimento global, incluindo ações japonesas e dos setores de energia, finanças e materiais.
O UBS, porém, alerta que os próximos meses terão discussões intensas sobre as políticas monetárias. A inflação acima dos 2% aumentará a pressão sobre o Federal Reserve e outros bancos centrais para que eles revejam suas decisões sobre os estímulos adotados e evitem o descontrole dos preços.
Ainda assim, o relatório considera que a situação é adequada e que o crescimento robusto assegura a paciência do Fed. O UBS apenas mantém o risco ativo, embora rebaixe para neutro as ações de mercados emergentes e o crédito de alto rendimento dos EUA.
Inflação
O UBS aponta que a reabertura da economia deve impulsionar o consumo, já que as famílias poderão gastar o dinheiro que economizaram durante o último ano. Isso, somado à lenta reposição dos estoques baixos no varejo, tem o potencial para ser a sustentação do crescimento econômico nos próximos trimestres.
A demora da indústria em repor esses estoques, principalmente no mercado de chips, pode fazer com que a inflação se estenda até 2022, mas o UBS mantém a posição de que a situação inflacionária deve ser resolvida até o final deste ano.
O combustível, outro grande vilão da alta dos preços, também deve se estabilizar na metade de 2022, segundo o relatório, o que ajudará na redução da inflação.