
O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se mobiliza para tentar barrar politicamente o avanço do projeto de lei (PL) que anistia envolvidos nos atos golpistas de 8 de Janeiro. O requerimento para tramitação urgente da proposta já obteve as assinaturas necessárias e foi protocolado na última segunda-feira (14).
A essa altura, os deputados não podem mais retirar formalmente suas assinaturas.
Retirada simbólica de apoio à Anistia
Apesar disso, o governo articula para que cerca de 30 deputados federais da base façam manifestações públicas de que não apoiam mais a urgência do projeto, de acordo com informações do blog do colunista Gerson Camarotti, do g1 e da GloboNews.
O Palácio do Planalto avalia que essa movimentação enfraqueceria o requerimento politicamente e facilitaria a decisão do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), de não colocar a urgência em votação.
Governo Lula quer cobrar fidelidade
Além disso, o governo avalia como cobrar fidelidade de partidos aliados cujos parlamentares apoiaram o requerimento. A ideia seria dar “ exemplos de força“, inclusive com a retirada de aliados desses deputados federais de cargos no Poder Executivo. Existe a avaliação interna de que, em estados menos bolsonaristas, não existe justificativa política para esse tipo de apoio à anistia, o que torna necessário um “ castigo exemplar“.
Gleisi Hoffmann subiu o tom
A ministra da Secretaria das Relações Institucionais (SRI), Gleisi Hoffmann, afirmou em entrevista à GloboNews que o apoio de parlamentares governistas à anistia representa “grave afronta ao Judiciário e à democracia“.
Segundo ela, urgência deve ser dada a projetos que beneficiem o povo brasileiro, não a pautas golpistas.