As polícias Civil e Militar da Bahia vão apurar a autoria de mensagens atribuídas a integrantes de uma facção criminosa que alarmaram parte da população de Alagoinhas, no interior do estado.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública da Bahia, os responsáveis, quando identificados, responderão judicialmente por disseminar ameaças de ataques a instituições de ensino, “sejam elas verdadeiras ou fake news”.
Embora a autoria não tenha sido confirmada e órgãos públicos assegurassem tratar-se de “fake news”, ao menos duas escolas particulares e uma faculdade privada de Alagoinhas, cidade de cerca de 155 mil habitantes, suspenderam as aulas durante todo o dia de ontem.
Os áudios em que vozes masculinas ameaçam atacar estabelecimentos de ensino de Alagoinhas se espalharam por meio do WhatsApp entre o final da tarde de terça-feira (2) e a manhã de ontem (3).
Ainda durante a madrugada desta quarta-feira, a direção do Colégio São Francisco, localizado no Centro, comunicou por meio de suas redes sociais a suspensão das aulas por “questão de segurança”. As atividades foram retomadas hoje (4).
A Associação Educativa e Cultural Maria Emília também cancelou as aulas no colégio e na faculdade Santíssimo Sacramento. Em mensagem divulgada na noite da terça-feira (2), a instituição explicou que a medida se devia às “mensagens que estão circulando pelas redes sociais, gerando pânico na comunidade escolar”.
Patrulhamento
Ainda durante o dia de ontem, as polícias Civil e Militar anunciaram que o patrulhamento nas escolas tinha sido reforçado. Em vez de tranquilizar os pais de alunos e quem trabalha nas escolas, a informação acabou alimentando os boatos – logo desmentidos pela Polícia Militar, que informou monitorar a divulgação de “conteúdos criminosos que têm o objetivo de amedrontar e causar pânico”.
Após o ataque à Escola Estadual Raul Brasil, em Suzano, denúncias de supostas ameaças ou comportamentos suspeitos têm se multiplicado em várias localidades. Na maioria dos casos, não passam de bravatas – o que não impede a disseminação do medo entre a população. As autoridades pedem que a população e a comunidade escolar estejam atentas e alertem os responsáveis em casos suspeitos.
Segundo o coordenador do Grupo Especializado de Repressão a Crimes por Meios Eletrônicos (GME), delegado João Cavadas, a Polícia Civil baiana constituiu uma força multitarefa para investigar este tipo de crimes no estado, procurando identificar não só quem produz este tipo de material, como também aquele que o replicam. “Todos que forem identificados serão indiciados pelo crime que vier a ser identificado e responderão judicialmente por esse fato”, disse o delegado.