O Federal Reserve (Fed) – Banco Central dos Estados Unidos, anunciou nesta quarta-feira (20) a manutenção da taxa de juros, os deixando inalterados, mas projetando alta no futuro.
É a segunda vez, desde março de 2022, que o Fed não realiza um aumento.
Jerome Powell, presidente do BC estadunidense, explicou a decisão em coletiva, voltando a dizer que a inflação no país continua acima da meta e a taxa pode subir no futuro. “O fato de que mantivemos os juros não significa que alcançamos a estância de política monetária que estamos buscando”, afirmou.
Ele reconheceu, também, que há crescimento na econômica estadunidense, que tem superado as expectativas do órgão: “O crescimento da economia, em patamares acima do esperado, requer juros elevados”.
Para Powell, o crescimento da economia, apesar dos juros elevados, é um bom sinal, mas apontou que “se a economia seguir mais forte que o esperado, significa que teremos de trabalhar mais para trazer a inflação para baixo”.
O presidente do Fed afirmou, ainda, que as decisões sobre o assunto devem ser tomadas “reunião a reunião” e que novas altas podem ocorrer, caso for necessário.
Análises da decisão
Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos, apontou para uma elevação grande de tendência central a partir da decisão, apesar da mediana de longo prazo dos juros ter ficado em 2,5%.
Ele ainda destacou que “a autoridade deixou a porta aberta para novas elevações caso sejam necessárias”, apesar de seguir cético em relação a novas elevações na taxa básica de juros.
Thiago Avallone, especialista em câmbio da Manchester Investimentos, afirmou que a medida vem a "favorecer o mercado brasileiro", ao "estancar um pouco a saída de capital estrangeiro da bolsa".
Para ele, com a pausa no aumento da taxa de juros nos Estados Unidos, o real também pode apresentar um desempenho melhor dianta do dólar.