Por Gabriel Codas, da Investing.com – O Índice FipeZap de Locação Residencial teve queda de 0,13% em junho, depois de avançar 0,42% no mês anterior. Esse é o primeiro comportamento negativo desde novembro de 2018, período em que o preço médio de locação residencial recuou 0,08%. De acordo com a pesquisa, a variação ficou abaixo da inflação registrada pelo IPCA/IBGE (+0,26%), impondo uma alta real de 0,39% no mês.
O comportamento do preço médio do aluguel residencial foi influenciado pela queda registrada nos preços em capitais como: Curitiba (-1,30%), Rio de Janeiro (-0,65%), Recife (-0,59%), São Paulo (-0,27%), Florianópolis (-0,13%) e Porto Alegre (-0,05%) – que compensaram variações positivas em Goiânia (+1,24%), Fortaleza (+1,18%), Belo Horizonte (+0,69%), Salvador (+0,18%) e Brasília (+0,11%).
No acumulado do ano, o Índice FipeZap de Locação Residencial acumula um avanço nominal de 3,15% no primeiro semestre de 2020 – variação que, quando comparada à inflação medida pelo IPCA/IBGE no período (+0,10%), resulta em uma alta real de 3,05% no período.
Por outro lado, o estudo aponta que a variação acumulada até junho de 2020 ficou abaixo do comportamento acumulado do IGP-M (FGV) no primeiro semestre (+4,63%).
Em 12 meses, o Índice FipeZap de Locação Residencial acumula alta nominal de 4,63% ao longo dos últimos 12 meses – superando também, neste horizonte, a inflação medida pelo IPCA/IBGE (+2,13%). Como resultado, o preço médio de locação residencial apresentou alta real de 2,44% nessa janela temporal.
Todas as capitais monitoradas pelo levantamento apresentam elevação nominal de preço nesse recorte temporal, destacando-se: Florianópolis (+9,29%), Curitiba (+9,27%), Recife (+7,27%), Porto Alegre (+7,05%), São Paulo (+7,01%), Brasília (+5,50%) e Belo Horizonte (+5,44%). No Rio de Janeiro, a alta acumulada ao longo dos últimos 12 meses (+0,56%) permanece abaixo da variação média do Índice FipeZap (+4,63%) e também do IPCA/IBGE (+2,13%).
Com base em dados de todas 25 cidades monitoradas, o preço médio do aluguel encerrou o mês de junho de 2020 em R$ 30,76/m². Entre as 11 capitais monitoradas, São Paulo se manteve como a capital com o preço médio de locação residencial mais elevado (R$ 41,26/m²), seguida pelos valores médios registrados em Brasília (R$ 32,15/m²) e no Rio de Janeiro (R$ 30,78/m²). Já entre as capitais com menor valor de locação residencial no mês de maio, destacaram-se: Fortaleza (R$ 17,26/m²), Goiânia (R$ 17,43/m²) e Curitiba (R$ 21,41/m²).
A razão entre o preço médio de locação e o preço médio de venda dos imóveis é uma medida de rentabilidade (rental yield) para o investidor que opta em adquirir o imóvel com a finalidade de obter renda com aluguel ao longo do tempo. Nesse sentido, o indicador pode ser utilizado para avaliar a atratividade do mercado imobiliário em relação a outras opções disponíveis aos investidores a cada momento do tempo. Impondo ligeira alta frente ao percentual calculado há um ano (4,59%), o retorno médio do aluguel residencial (anualizado) avançou a 4,85% em junho de 2020 (alta de 0,24 ponto percentual em 12 meses), mantendo-se em patamar superior ao retorno médio projetado para aplicações financeiras de referência.