Por Geoffrey Smith, da Investing.com – Os preços do petróleo caíam moderadamente no início do pregão em Nova York na quinta-feira (27), quando parecia que o furacão Laura passaria pelo Texas e Louisiana sem interrupção duradoura nas refinarias e oleodutos da região.
Às 15h25 (horário de Brasília), os futuros do petróleo dos EUA caíam 1,08%, a US$ 42,92 por barril, enquanto o contrato de referência internacional Brent caía 1,45%, a US$ 45,49 por barril. Ambos haviam atingido novas máximas em cinco meses durante a noite, com medo de uma grande escassez de suprimentos.
Os futuros da gasolina RBOB também caíam rapidamente, com o contrato caindo 4,6%, para US$ 1,2980 por galão, o menor valor em três dias.
Por volta das 9h, a tempestade enfraqueceu para um furacão de categoria 2 de categoria 4. Embora ainda não estivesse claro quais danos infligiu à infraestrutura da região – além de inundações localizadas e cortes de energia – nenhum dos principais operadores de refinaria confirmou nada que sugeria interrupções prolongadas, como aconteceu com o furacão Harvey três anos atrás.
“Além de um navio-tanque vazio em Orange, Texas, não há grandes navios-tanque ancorados/atracados na área de Houston e Port Arthur”, disse a consultoria TankerTrackers.com via Twitter. “Este foi um esforço muito bem coordenado para minimizar o impacto. A questão é apenas a situação de armazenamento de petróleo no interior e como isso está indo bem agora.”
De acordo com a S&P Global Platts, as refinadoras em Lake Charles, Beaumont, Port Arthur e Pasadena haviam retirado um total de 2,36 milhões de barris por dia de capacidade de refino antes da tempestade. Os produtores, por sua vez, fecharam cerca de 1,56 milhão bpd de produção.
No entanto, os estoques historicamente altos em todos os EUA amorteceram tal interrupção. A Petroleum Argus também observou que tem sido relativamente barato redirecionar cargas de produtos da Europa para a Costa Leste, aliviando ainda mais as pressões de fornecimento local.
Houve pouco impulso no mercado de outra semana de pedidos iniciais de seguro-desemprego chegando a 1 milhão. A notícia foi compensada por uma pequena revisão em alta nos números do produto interno bruto do segundo trimestre, que mostrou a economia dos EUA contraindo menos do que a estimativa inicial nos três meses até junho.
Nem houve muita reação imediata a um discurso do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, que sinalizou uma mudança na estratégia do banco central de que as taxas de juros deveriam ficar mais baixas por mais tempo do que se pensava.
Além disso, o presidente russo, Vladimir Putin, deu a dica de que seu país continuaria com acordos de restrição de produção por algum tempo, dizendo em uma entrevista à televisão estatal que seria “melhor se o preço do petróleo fosse um pouco mais alto”.
Veja os fatores que influenciam os mercados nesta quinta-feira (27)