Por Geoffrey Smith, da Investing.com – Os preços do petróleo subiam nesta quarta-feira (15), enquanto a Opep e seus aliados se aproximavam da decisão de aumentar a oferta para o mercado mundial a partir do início de agosto.
Às 13h30 (horário de Brasília), os contratos futuros de petróleo dos EUA subiam 1,09%, a US$ 40,73 por barril, apoiados não apenas pelas notícias de Viena, mas também por um aumento maior do que o esperado na produção industrial dos EUA em junho e pelo aumento na confiança de que o setor farmacêutico fornecerá uma vacina contra o vírus da Covid-19 até o final do ano. Isso se deve à publicação de resultados positivos de ensaios em iniciais da vacina experimental da Moderna na terça-feira. A referência global Brent subia 1,2%, para US$ 43,43 por barril.
Uma reunião do Comitê Conjunto de Monitoramento Ministerial, convocada pelo cartel, recomendou que o principal grupo de exportadores de petróleo reduzisse seus cortes de produção conforme o planejado, agora que a demanda se recuperou suficientemente do choque pandêmico para trazer o mercado físico mais ou menos de volta ao equilíbrio.
Como tal, a quantidade de petróleo retida nos mercados mundiais cairá de cerca de 9,7 milhões de barris por dia para cerca de 7,7 milhões de bpd.
Nem tudo isso deve atingir os mercados mundiais. A Arábia Saudita disse que qualquer petróleo extra produzido será consumido internamente. E o bloco espera que os países que superproduziram nos últimos meses compensem com cortes adicionais nos próximos dois. Se esses países – como Iraque, Nigéria e Angola – cumprirem, o aumento líquido de oferta para o mercado ficará bem abaixo de dois milhões de barris por dia. Os analistas duvidam que esses países o cumpram, contudo.
Paola Rodriguez-Masiu, analista sênior de mercado de petróleo da Rystad Energy, disse em comentários por e-mail que o aumento na oferta é justificado pela recuperação da demanda desde abril. Ela observou que também pode levar a grandes mudanças nos diferenciais entre os preços das misturas de petróleo mais importantes do mercado.
“A abertura das torneiras também é uma boa notícia para as refinarias, que têm lutado com altos prêmios de petróleo pesado/médio”, disse Rodriguez-Masiu. “À medida que a produção de Opep+ aumenta, esperamos que o diferencial entre leve e pesado diminua. Isso, por sua vez, ajudará a melhorar as margens de refino e apoiará execuções mais altas.”
A atenção do mercado agora deve se voltar para a divulgação de dados do governo dos EUA sobre os estoques de petróleo na semana passada. O Instituto Americano de Petróleo estimou que os estoques caíram em 8,3 milhões de barris na semana passada, o que, se confirmado, seria o maior declínio desde o início do ano.