O prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, decretou luto oficial na cidade em consequência das mortes de, pelo menos, cinco pessoas, vítimas das fortes chuvas na noite de ontem (6).
“A prefeitura está decretando luto oficial de três dias pela tragédia que se abateu sobre a cidade e pelas pessoas que perderam [suas vidas]. A cidade se movimenta bem, apesar do trânsito intenso pela manhã. Ainda há bolsões d’água, principalmente no Jardim Botânico. Como estão previstas chuvas para a parte da tarde, a prefeitura recomenda que as pessoas que puderem fiquem em suas casas, optem pelo transporte coletivo ou procurem áreas seguras”, disse o prefeito em comunicado.
Crivella disse que o problema maior que a cidade vem enfrentando é na Avenida Niemeyer, que deverá ficar interditada por todo o dia ou mesmo até amanhã (8). “Vamos ver a profundidade do solo. Todos sabem que existe uma rocha sã (rocha remanescente de superfície aplainada), com pouca profundidade e com solo de cobertura, que por ser fixo, retém água”, disse.
Crivella admitiu a possibilidade de corte de árvores na região. “Se essas árvores forem antigas, se forem frondosas, e se o solo for raso, aí sim eu acho que vale a pena remover essas árvores e plantar em outros lugares”.
Intensidade da chuva
O prefeito Marcelo Crivella disse que as fortes chuvas que atingiram a cidade na noite de ontem, que levou à decretação do estágio de risco, foram previstas pelos meteorologistas da prefeitura.
“Mas a previsão era de que nós teríamos chuvas de moderada a forte, o que realmente ocorreu. Agora, surpreendentemente, atrás dessa tempestade se formou uma outra ainda maior e que ficou presa, não ultrapassando a Floresta da Tijuca. E aí ela se precipitou toda sobre a zona sul do Rio, sobretudo na Rocinha, no Vidigal e no Jardim Botânico”.
As mortes
Entre as cinco mortes confirmados até agora pelo prefeito Marcelo Crivella, uma foi na Avenida Niemeyer, em São Conrado, onde uma árvore caiu sobre um ônibus e atingiu a ciclovia. Uma moça, cuja identidade ainda não foi revelada, ficou presa entre as ferragens na parte da frente do coletivo atingido, que ficou parcialmente destruído. Uma outra pessoa estaria presas entre as ferragens, mas até o momento não foi resgatada.
O ônibus da viação Jabour fazia a linha Campo Grande x Castelo, quando foi atingido pela queda de uma árvore de grande porte que deslizou da encosta da Avenida Niemeyer.
Outras duas pessoas de uma mesma família morreram em consequência do desabamento de uma casa em Pedra de Guaratiba: Isabel e Mauro Paes, mãe e filho. O marido de Isabel, Áureo Paes, e o filho Arthur ficaram feridos e foram levados para o Hospital Lourenço Jorge.
Na Favela da Rocinha foi registrada uma morte em consequência de desabamento de uma barreira, e no Vidigal, outra em consequência da queda de um muro. Ambas as favelas ficam em São Conrado, na zona sul da cidade, uma das áreas mais atingida pelo temporal de ontem.