Taxa de juros

Presidente do BC indica fim do ciclo de aperto monetário em maio

Segundo Campos Neto, um aumento adicional na taxa básica de juros em junho não é um cenário provável

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O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou nesta quinta-feira (24) que um aumento adicional na taxa básica de juros em junho não é um cenário provável, indicando que o forte ciclo de aperto monetário iniciado há um ano na tentativa de debelar a inflação deve ser encerrado em maio.

Diante das novas pressões inflacionárias causadas pela guerra na Ucrânia, Campos Neto disse que uma mudança na meta de inflação para acomodar choques sobre a economia teria “pouco a ganhar” em termos de credibilidade.

Segundo ele, na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) da semana passada, o colegiado avaliou a elevação do cenário de incerteza, o ritmo adequado para a alta dos juros e a taxa terminal do ciclo de aperto.

“Entendemos que, usando esse mix de fatores, o mais apropriado era fazermos uma elevação de 1 ponto (na Selic em março) e indicar mais 1 ponto (em maio), dizendo que, se o cenário internacional se agravasse ou que se houvesse algum outro choque que afetasse as expectativas na mesma direção, nós poderíamos repensar o cenário, fazendo um movimento adicional em junho, não é o cenário mais provável”, disse.

Na última semana, o Banco Central subiu a Selic em 1,0 ponto percentual, indicando novo ajuste da mesma intensidade em maio, o que deve levar a Selic a 12,75% ao ano. Se esse cenário se concretizar, o ciclo de aperto terá elevado os juros em 10,75 pontos percentuais em relação ao piso histórico de 2% que vigorou até março de 2021.

Em coletiva de imprensa para comentar o Relatório Trimestral de Inflação, Campos Neto disse que “se tem uma coisa que o Banco Central tem feito é não ficar atrás da curva” de juros, justificando que a autarquia se moveu mais rapidamente do que outros bancos centrais no mundo.

O presidente do BC ponderou que não há risco de overkill, quando a autoridade monetária exagera na dose de política monetária, justificando que a realidade brasileira permite minimizar a chance desse tipo de problema.

*Com informações da Reuters