Operação Sem Desconto

Alessandro Stefanutto deixa presidência do INSS, afastado após operação da PF e da CGU que apura fraude de R$ 6,30 bilhões

Esquema teria desviado valor em descontos ilegais de aposentadorias e pensões; presidente do INSS e mais cinco servidores foram afastados

Crédito: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil
Crédito: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

O presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Alessandro Stefanutto, foi afastado do cargo na manhã desta quarta-feira (22) durante a Operação Sem Desconto, deflagrada pela Polícia Federal (PF) em conjunto com a Controladoria-Geral da União (CGU). 

A ação investiga um esquema de descontos indevidos em benefícios previdenciários. Isso teria causado prejuízo estimado em R$ 6,3 bilhões aos cofres públicos entre 2019 e 2024. 

Presidente do INSS é afastado 

Conforme informações do jornal O Estado de S. Paulo, a Justiça afastou o presidente do INSS e outros cinco servidores públicos.

Conforme apontado pelas investigações, agentes públicos usaram indevidamente os dados dos beneficiários para aplicar descontos não autorizados de mensalidades associativas diretamente nos valores de aposentadorias e pensões.

Assim, eles repassaram os valores de forma irregular, em suposta colaboração com entidades envolvidas.

Os nomes dos envolvidos, além de Stefanutto, incluem Virgílio Antônio Ribeiro de Oliveira Filho (procurador-geral do INSS), Vanderlei Barbosa dos Santos (diretor de Benefícios). Além disso, Giovani Fassarella Spiecker (coordenador de Atendimento) e Jacimar Fonseca da Silva (coordenador de Pagamentos) também estão envolvidos.

Por último, um agente da própria PF que trabalha Aeroporto de Congonhas também está sendo investigado. Porém, ele não teve a identidade divulgada.

Operação Sem Desconto 

A operação para afastar o presidente do INSS e outros servidores mobilizou cerca de 700 policiais federais e 80 servidores da CGU. A Polícia Federal cumpriu 211 mandados judiciais em 15 estados e no Distrito Federal, incluindo ordens de busca e apreensão, sequestro de bens avaliados em mais de R$ 1 bilhão e seis mandados de prisão temporária.

Os mandados estão sendo executados nos seguintes estados: Alagoas, Amazonas, Ceará, Goiás, Maranhão e Mato Grosso do Sul. Além da operação em Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, São Paulo, Sergipe, além do Distrito Federal. 

O diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, e o ministro da CGU, Vinícius Carvalho, informaram pessoalmente o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre a operação durante reunião no Palácio da Alvorada.