O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) subiu 0,34% em fevereiro, mostrando leve aceleração em relação à taxa de janeiro (0,30%). Juntamente com fevereiro de 2000 (0,34%), esta variação foi a menor para um mês de fevereiro desde o início do Plano Real, em 1994. O número ficou perto do esperado pelo mercado, de uma inflação de 0,36%.
O acumulado no ano ficou em 0,64% e nos últimos 12 meses, em 3,73%, resultado abaixo dos 3,77% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em fevereiro de 2018, a taxa havia sido de 0,38%. O IPCA-15 coleta os preços de 16 de um mês a 15 do mês de referência, e serve de prévia para o IPCA do mês fechado, que é usado pelo Banco Central (BC) em suas metas de inflação e corrige os títulos do Tesouro, as NTN-Bs.
O grupo Educação teve a maior variação (3,52%) e o maior impacto (0,17 p.p.) no índice. Já os grupos Transportes (-0,46%) e Vestuário (-0,92%) tiveram deflação de janeiro para fevereiro. Os demais grupos variaram entre o 0,05% de Comunicação e o 0,56% de Saúde e cuidados pessoais.
Variação (%) | Impacto (p.p.) | |||
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Janeiro | Fevereiro | Janeiro | Fevereiro | |
Índice Geral | 0,30 | 0,34 | 0,30 | 0,34 |
Alimentação e Bebidas | 0,87 | 0,64 | 0,22 | 0,16 |
Habitação | 0,08 | 0,18 | 0,01 | 0,03 |
Artigos de Residência | 0,58 | 0,47 | 0,02 | 0,02 |
Vestuário | -0,16 | -0,92 | -0,01 | -0,05 |
Transportes | -0,47 | -0,46 | -0,09 | -0,09 |
Saúde e Cuidados Pessoais | 0,68 | 0,56 | 0,08 | 0,07 |
Despesas Pessoais | 0,43 | 0,30 | 0,05 | 0,03 |
Educação | 0,31 | 3,52 | 0,02 | 0,17 |
Comunicação | 0,06 | 0,05 | 0,00 | 0,00 |
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Índices de Preços, Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor. |
O grupo Educação cresceu 3,52% por conta de reajustes praticados no início do ano letivo, especialmente os aumentos nas mensalidades dos cursos regulares (4,60%), item responsável pelo maior impacto individual no índice do mês (0,15 p.p.). Os cursos diversos subiram, em média, 3,16%, com reajustes variando entre o 1,56% de Brasília e os 4,03% da região metropolitana de Curitiba.
Já Alimentação e bebidas (0,64%) desacelerou em relação a janeiro (0,87%) por conta do grupamento alimentação no domicílio, que subiu 0,68%, frente à alta de 1,07% no mês anterior. As carnes, que haviam apresentado alta de 1,72% em janeiro, caíram 0,28% em fevereiro, e o tomate, cujos preços já haviam apresentado queda no mês anterior (-8,16%), mostraram redução mais intensa em fevereiro (-20,32%). A principal contribuição positiva entre os alimentícios veio do feijão-carioca, com 34,56% de variação e 0,06 p.p. de impacto. Outros itens da cesta de consumo das famílias, como a batata-inglesa (12,39%) e as frutas (2,33%) também subiram em fevereiro.
A alimentação fora mostrou leve aceleração de janeiro (0,53%) para fevereiro (0,58%), com destaque para refeição, que registrou 0,78%, frente à alta de 0,39% no mês anterior.
O grupo Transportes (-0,46%) registrou o maior impacto negativo no IPCA-15 de fevereiro (-0,09 p.p.). A gasolina (-2,43%) caiu pelo terceiro mês consecutivo e registrou o maior impacto individual negativo do mês (-0,11 p.p.). Todas as áreas pesquisadas tiveram queda em fevereiro, variando de -5,50% em Porto Alegre até -1,01% na região metropolitana de Curitiba. Etanol (-1,31%) e óleo diesel (-0,15%) também ficaram mais baratos de um mês para o outro. A exceção em combustíveis (-2,05%) foi o gás veicular (3,21%), cujo resultado foi influenciado pela alta observada na região metropolitana de São Paulo (8,27%).
Ainda em Transportes, destacam-se os aumentos nas tarifas dos ônibus urbanos (2,50%).
Ônibus urbano | |||
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Região | Variação (%) | Reajuste (%) | Data |
Belo Horizonte | 5,88 | 11,00 | 30/12 |
São Paulo | 5,39 | 7,50 | 07/01 |
Fortaleza | 3,02 | 5,88 | 26/01 |
Rio de Janeiro | 1,01 | 2,53 | 02/02 |
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Índices de Preços |
Já o resultado dos ônibus intermunicipais (1,54%) foi influenciado pelo reajuste médio de 6,00% em São Paulo (5,56%), vigente desde o dia 20 de janeiro, e pela redução entre 1,00% e 5,00% no Rio de Janeiro (-0,74%), a partir de 11 de fevereiro. Além disso, houve reajuste de 6,78% no valor das passagens em Belo Horizonte (2,05%), em vigor desde 30 de dezembro.
Em São Paulo houve também reajuste de 7,50% nas tarifas de trem (6,70%) e de metrô (6,70%), ambas a partir de 13 de janeiro. Já no Rio de Janeiro, destacam-se o reajuste médio de 4,26% no valor das tarifas de táxi (2,35%), a partir de 1º de janeiro de 2019, e o reajuste de 9,52% no valor das passagens de trem (3,81%), vigente desde 2 de fevereiro. Vale destacar, ainda, o resultado das passagens aéreas (-16,53%), segundo maior impacto negativo no índice do mês, com -0,08 p.p.
Vestuário (-0,92%) registrou deflação em fevereiro. Tanto as roupas femininas (-1,40%) quanto as roupas masculinas (-0,76%) e infantis (-0,99%) ficaram mais baratas de janeiro para fevereiro. Além disso, calçados, que haviam apresentado ligeira alta no mês anterior (0,11%), também registraram variação negativa no mês (-0,80%).
Em Habitação (0,18%), energia elétrica subiu 0,38% depois de apresentar queda por quatro meses consecutivos. As regiões pesquisadas apresentaram variações que vão desde a queda de 0,99% em Curitiba até a alta de 3,16% em Fortaleza. Desde dezembro, permanece em vigor a bandeira tarifária verde, em que não há cobrança adicional na conta de luz.
Ainda em Habitação, a alta de 3,91% no gás encanado reflete o reajuste de 7,20% nas tarifas no Rio de Janeiro (3,90%), a partir de 1º de janeiro, e o reajuste de 11,46% em São Paulo (4,91%), em vigor desde 1º de fevereiro. No âmbito nacional, destaca-se o reajuste de 1,04% concedido pela Petrobras, nas refinarias, no preço do gás de botijão (-0,78%), a partir de 5 de fevereiro.
Quanto aos índices regionais, Goiânia (-0,04%) e Brasília (-0,15%) apresentaram deflação de janeiro para fevereiro, conforme a tabela a seguir. O resultado de Brasília deveu-se, principalmente, à queda de 18,33% das passagens aéreas. O maior índice ficou com a região metropolitana de Belém (0,63%), em função da alta expressiva do feijão-carioca (50,08%) e da variação nos cursos regulares (5,91%).
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