A produção industrial e o nível de utilização da capacidade instalada aumentaram em maio. No entanto, apesar desses aumentos, a ociosidade na indústria se mantém elevada e o número de empregados caiu, na comparação com abril. A constatação é da Sondagem Industrial, divulgada hoje (25) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).
De acordo com o levantamento, a produção subiu para 50,9 pontos em maio, valor acima dos 41,6 pontos registrados no mesmo mês de 2018 – e abaixo dos 53,8 pontos registrados em maio de 2017. Segundo a CNI, nível de utilização da capacidade instalada aumentou em 1 ponto percentual, passando de 66%, em abril, para 67% em maio.
O número de empregados no setor industrial caiu 0,3 ponto na comparação com abril, registrando 48,5 pontos. Os indicadores variam de zero a 100 pontos. Quando acima de 50, indicam aumento da produção e do emprego, informa a CNI.
Segundo o economista da CNI Marcelo Azevedo, a indústria continua acumulando estoques. Ele explica que o índice de evolução do nível de estoques efetivo em relação ao planejado vem crescendo desde fevereiro para, em maio, chegar a 51,6 pontos – o maior desde outubro de 2015, desconsiderando o registrado em maio de 2018, quando os estoques aumentaram por causa da greve dos caminhoneiros. Quando acima dos 50 pontos, esse índice mostra que a indústria está acumulando estoques indesejados.
“Há um longo caminho a percorrer para a recuperação plena da atividade industrial. Mesmo com o aumento da produção e da utilização da capacidade instalada, a ociosidade na indústria continua elevada quando comparada com outros períodos de maior atividade”, avalia o economista.
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Perspectivas
O levantamento da CNI indica expectativas positivas por parte do empresariado. Com relação às expectativas relativas à demanda, o indicador registrou 57,3 pontos em junho. O de compras de matérias-primas ficou em 54,6 pontos; e o relativo à expectativa quanto ao número de empregados ficou em 50,8 pontos. O indicador que mede a expectativa de quantidade a ser exportada também ficou acima dos 50 pontos – mais precisamente, 52,6 pontos.
Segundo a CNI, isso mostra que os empresários esperam aumento da demanda, da compra de matérias-primas, do emprego e das exportações nos próximos seis meses.
O indicador “intenção de investimentos” apresentou uma “pequena queda”, de 0,2 ponto, caindo para 52,3 pontos em junho. Segundo a CNI, é a quarta retração seguida deste índice, que já acumula queda de 4,3 pontos desde fevereiro. “Mesmo assim, a intenção para investir está 3,3 pontos acima da média histórica”, acrescenta a CNI. Em uma escala de zero a 100, quanto maior o indicador, maior é a propensão dos empresários para investir.
A Sondagem Industrial foi feita entre 3 e 12 de junho com 1.903 empresas (766 de pequeno, 683 de médio e 454 de grande porte).