O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), manifestou de forma contundente que não vai abrir mão de apoiar a candidatura de Hugo Motta (Republicanos-PB) para sucedê-lo a partir de 2025.
De acordo com o site Poder360, Lira acredita que não vai haver formação de um bloco opositor ao seu candidato, já que a base de apoio ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve se unir em torno de Motta.
Mas, afinal, o PT já definiu apoio?
Na terça-feira (15), o líder do PT na Câmara dos Deputados, o deputado federal Odair Cunha (MG), comentou ao jornal Valor Econômico sobre a possibilidade de a bancada apoiar uma candidatura que represente a “convergência” das forças políticas dentro do maior bloco da Casa e destacou que esse nome seria o de Hugo Motta.
No entanto, Cunha esclareceu que a decisão final do partido deve ocorrer após o segundo turno das eleições municipais, agendado para 27 de outubro.
PT discute internamente…
Em uma conversa com jornalistas na Câmara dos Deputados, Cunha afirmou que o PT avalia se continua no atual “blocão” ou se forma um novo bloco.
Ele expressou a esperança de que a base governista se una em torno de Motta, que pode receber apoio do Partido Liberal (PL).
O PL de Jair Bolsonaro forma a maior bancada
O PL, que contabiliza 92 deputados federais, desempenha um papel fundamental na escolha do próximo presidente da Casa.
A influência do ex-presidente Jair Bolsonaro sobre o partido permanece significativa, mas o político não anunciou oficialmente qual candidato vai apoiar.
Espera-se que o PL opte por apoiar o candidato escolhido por Lira, embora alguns membros destacados do partido tenham ressaltado que apoiarão Motta apenas se ele pautar o projeto de anistia aos presos do dia 8 de Janeiro.
Lira, porém, descarta moeda de troca para a anistia
Fontes próximas a Lira informaram que o presidente da Câmara dos Deputados não vai usar a proposta de anistia como moeda de troca.
O projeto já enfrentou adiamentos em três ocasiões na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados devido a obstruções por parte de governistas.
Lira gasta a sola de sapato por Motta
Para fortalecer a candidatura de Motta, Lira tem contatado lideranças políticas, como o presidente do PSD, Gilberto Kassab, a fim de convencê-los a apoiar seu escolhido.
No entanto, Kassab acredita que seu candidato, o deputado Antonio Brito (PSD-BA), possui uma base sólida na disputa pela presidência.
A aliança de Brito com Elmar Nascimento
Em resposta ao apoio de Lira a Motta, Brito formou uma aliança com Elmar Nascimento (União Brasil-BA), preterido por Lira na disputa.
A bancada do PT, em reunião realizada na terça-feira (15), discutiu a possibilidade de apoiar uma candidatura que represente a convergência das principais forças políticas na Câmara dos Deputados, que atualmente orbita em torno de Hugo Motta.
E, então, o PT vai ou fica?
“O PT vai decidir se vamos permanecer no bloco [grupo de Lira] ou se vamos produzir um novo bloco aqui na Casa. E nessa tese de permanência, temos uma candidatura que significa a convergência dessas forças políticas, o Hugo Motta”, afirmou o líder do PT.
Ele acrescentou que “a maioria absoluta das falas aponta para o caminho da convergência. Uma disputa acirrada na Casa não nos parece ser o melhor para a estabilidade institucional e para o governo”.
Os coordenadores do PT na Câmara dos Deputados planejam conversar com os candidatos nas próximas duas semanas, com a intenção de definir um rumo logo após o segundo turno das eleições municipais.
O diretório nacional se reúne no dia 28 de outubro, seguido por uma reunião da bancada no dia 29 de outubro, que vai ocorrer presencialmente em Brasília (DF) e contar com um quórum elevado.
O que os pré-candidatos fazem para atrair o PT?
Nascimento tem buscado apoio nas bases do PT para fortalecer sua narrativa e sugerir uma aliança que ele acredita beneficiar o governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Ele tem conversado com representantes de movimentos sociais, como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e a cúpula do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, ambas organizações ligadas ao PT.
Entre os tópicos mais controversos abordados por Brito e Nascimento está a proposta de anistia aos envolvidos nos atos de vandalismo ocorridos em Brasília no dia 8 de janeiro de 2023.
“Se tivermos anistia ao bolsonarismo na pauta, não há convergência”, declarou o deputado Jorge Solla (PT-BA).
“Ele [Hugo Motta] garantiu que não tem acordo com a oposição sobre anistia. Vamos dialogar para garantir que nossas pautas sejam debatidas e votadas”, afirmou a deputada Camila Jara (PT-MS).