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Qual consequência para estatais com novo governo?

Um dos comentários que têm causado variação nos papéis do mercado é o de alteração na "lei das estatais"

Desde a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o mercado financeiro e o governo não têm tido boas relações; ruídos políticos têm interferido diretamente na economia brasileira. Sejam declarações do próprio chefe do executivo, ou do time de economia; as falas alteram o preço do dólar e da bolsa de valores.

Um dos comentários que têm causado variação nos papéis do mercado é o de alteração na “lei das estatais” – Lei Nº 13.303/16.

O ponto de divergência do governo em relação ao dispositivo é em relação à indicação dos gestores das estatais, que a toque de caixa foi alterada em dezembro do ano passado, possibilitando assim a indicação de Aloísio Mercadante para o BNDES e Jean Paul Prates para a Petrobras, ambos ligados ao PT.

Com a interferência de gestores políticos ou pessoas ligadas a partidos, os investidores temem o sequestro dos lucros das estatais para utilização em programas do governo, além de aumentar o risco de desvios e corrupção interna nas empresas para fins pessoais ou eleitorais, com uma consequente diminuição no repartimento de lucros para os acionistas, podendo assim afetar o preço de ações e o valor da companhia.

Para Lucas Sharau, especialista em mercados financeiros e assessor na iHUB Investimentos, uma possível alteração na lei das estatais causaria interferências diretas no valor dos papéis da empresa.

Existe um medo no mercado sobre as consequências do uso dos lucros das estatais para fomento de atividades do Estado (em detrimento da distribuição dos dividendos). Uma vez que, ao não pagar dividendos sob essa alegação, além de criar insegurança sobre seus pagamentos futuros, haverá um grande impacto negativo no interesse do mercado sobre essas empresas, causando o efeito de derrubada de seu preço”, comenta.