Quatro mortos no centro de treinamento do Flamengo estão identificados

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Quatro dos dez atletas mortos no incêndio no alojamento do centro de treinamento (CT) do Flamengo já foram identificados pelo Instituto Médico Legal (IML). O primeiro deles foi Pablo Henrique da Silva Matos, 14 anos e o corpo já seguiu para Oliveira (MG), cidade de 40 mil habitantes no interior do estado.

Os outros três corpos identificados são os de Arthur Vinícius Barros da Silva Freitas, que completaria 15 anos hoje (9); de Vitor Isaías, de 14 anos; e de Samuel Thomas Rosa, de 15 anos. Os corpos começaram a ser liberados para seguirem às cidades de origem das famílias. Um quinto corpo pode ser identificado nas próximas horas.

Parentes de atletas mortos no incêndio no alojamento do Centro de Treinamento George Helal, conhecido como Ninho do Urubu, chegam ao Instituto Médico Legal (IML) para reconhecer corpos dos jogadores.

Parentes de atletas mortos no incêndio no alojamento do CT do Flamengo chegam ao IML para reconhecerem corpos dos jogadores. – Tânia Rêgo/Agência Brasil

O corpo de Pablo Henrique foi reconhecido pelo primo, Werley, que é zagueiro do Vasco da Gama. A vítima foi a reconhecida mais facilmente que as outras porque usava aparelho dentário. Segundo Werley, a morte abalou a cidade de Oliveira, onde todo mundo se conhece.

O corpo de Arthur Vinícius Barros da Silva Freitas seguiu para Volta Redonda (RJ), a 150 quilômetros do Rio, onde será enterrado às 16h. Arthur Vinícius era zagueiro e estava no clube havia cerca de dois anos.

O corpo de Vitor Isaías seguirá para Florianópolis, onde morava toda a família. Revelado pelo Figueirense, de Santa Catarina, o jogador, também conhecido como Vitinho, chegou ao Flamengo depois de ser revelado na Região Sul. Em 2014, foi campeão e artilheiro da Copa Catarinense Sub-11. No ano passado, foi o goleador máximo de um torneio de base pelo Athletico Paranaense. Ainda em 2018, transferiu-se para a categoria de base do Flamengo. Era considerado um autêntico artilheiro e vestia a camisa 9.

Tio e primo de Samuel Thomas Rosa, 15, de São João do Meriti, um dos atletas morto no incêndio do alojamento do Centro de Treinamento George Helal, conhecido como Ninho do Urubu, chegam ao IML para reconhecer o corpo do jogador.

Tio e primo de Samuel Thomas Rosa, 15 anos, concedem entrevista na porta do IML – Tânia Rêgo/Agência Brasil

No fim da manhã, estiveram no IML o tio e um primo de Samuel Thomas Rosa, de 15 anos. O corpo está sendo levado para São João de Meriti (RJ), na Baixada Fluminense, onde será enterrado no Cemitério de Vila Rosali.

Tio de Samuel, Artur Rodrigues de Souza é vascaíno, mas chegou ao IML com uma camisa do Flamengo dada pelo sobrinho. Segundo Artur, essa era uma forma de homenagear um garoto que era só alegria. O tio disse ainda que Samuel aproveitava todas as folgas para ir a Laje de Muriaé, no interior do Rio de Janeiro, onde passava os fins de semana.

“Ele era um bom menino. Ele me deu essa camisa do Flamengo que estou vestindo hoje e foi ele quem me deu. Ele disse que era um manto sagrado. Era um cara muito especial. Ele queria brincar. O Samuel sonhava. Ele não levava isso como um trabalho. O que ele queria era brincar de jogar bola. Ela saia de casa para treinar e falava que queria ser feliz. Eu quero fazer o que eu gosto, que é jogar futebol”, declarou o tio.

Vítima internada

Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, a vítima Jonathan Cruz Ventura segue internada no Centro de Tratamento de Queimados (CTQ) do Hospital Municipal Pedro II, no bairro de Santa Cruz. A unidade é referência para o tratamento de pacientes queimados. Hoje pela manhã, o paciente foi submetido a broncoscopia, evidenciando lesões de vias aéreas, banho e curativos.

Com queimaduras de 2° e 3° graus em 30% do corpo, Jonathan inalou muita fumaça e chegou ao Lourenço Jorge com quadro considerado gravíssimo. O adolescente de 15 anos foi operado e acompanhado por equipe multidisciplinar com cirurgião geral, clínico e médico anestesiologista. Em seguida, foi levado para o Pedro II em ambulância UTI do Corpo de Bombeiros.

No CTQ, a vítima, assim como todos os pacientes do setor, é monitorada por cirurgião plástico, clínico, anestesiologista e médico intensivista de plantão 24h. A unidade tem mais três enfermeiros e 10 técnicos.