Apesar das dificuldades enfrentadas tanto nas vendas físicas quanto onlines, a Magazine Luiza (MGLU3) apresentou resultados que refletem a persistência de uma tendência de crescimento suave em suas operações neste ano, disse o BTG Pactual ao analisar o balanço financeiro do quarto trimestre de 2023 da companhia.
Para o banco, a varejista reportou um crescimento moderado na linha de frente, em um cenário em que o comércio eletrônico brasileiro registrou uma queda de 10% no quarto trimestre de 2023, conforme dados da Neotrust.
As vendas no marketplace da Magazine registraram crescimento de 10% comparado ao mesmo período de 2022. No ano de 2023, com vendas de R$ 18 bilhões (alta de 17% ante 2022), o canal se consolidou como o segundo maior da empresa à frente das lojas físicas.
No agregado, as vendas online da varejista e se mantiveram praticamente estáveis no trimestre — em R$ 13 bilhões. No ano, o volume cresceu 5% — a R$ 46 bi.
Além disso, apesar dos desafios, as vendas nas mesmas lojas da Magazine Luiza aumentaram 3,7% em relação ao ano anterior, enquanto o volume bruto de mercadorias (GMV) no comércio eletrônico registrou uma redução de 1,5% em comparação com o ano anterior.
Um ponto de destaque pelo BTG foi a margem bruta da empresa, que apresentou melhora devido a receitas de serviços mais altas e uma abordagem mais racional.
Apesar da reintrodução do imposto DIFAL no início do ano, que teve um impacto negativo na margem bruta, o quarto trimestre mostrou uma tendência de recuperação.
A margem de produto nas lojas físicas e online aumentou em relação ao ano anterior, enquanto as receitas de serviços cresceram 17%, impulsionadas por comissões de terceiros e taxas de uso mais altas.
O banco também destacou os resultados financeiros sólidos da Magazine Luiza, com um aumento de 12% no EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) em relação ao ano anterior.
A empresa registrou um fluxo de caixa operacional significativo no trimestre, auxiliado por melhorias nas necessidades de capital de giro, além de uma geração de caixa livre de R$ 1 bilhão.
O desempenho da Luizacred tamém foi notado pelo BTG. A divisão financeira da Magazine Luiza, apresentou uma melhoria nos resultados devido a menores provisões e originação. A taxa de inadimplência de mais de 90 dias também diminuiu em relação ao ano anterior.
Mesmo com olhar positivo sobre os resultados, o banco aponta desafios persistentes para a Magazine Luiza, incluindo o crescimento moderado do volume bruto de mercadorias e o desempenho abaixo do esperado das vendas nas lojas físicas.
Por isso, o BTG espera que a empresa continue a focar na lucratividade nos próximos trimestres, aproveitando sua abordagem mais racional em taxas de uso e seu modelo de negócio multicanal para impulsionar a operação de marketplace.
Diante desse cenário, a recomendação para a MGLU3 segue sendo de compra, com preço-alvo de R$ 6,00 por ação.