Em relatório publicado na última segunda-feira (2), os analistas Leonardo Alencar e Pedro Fonseca, da XP Investimentos, disseram esperar um plano estratégico para a recuperação de margens da Camil (CAML3).
No Brasil, estimam queda de volumes nas linhas de alto giro (arroz, feijão, açúcar) devido a um ambiente de consumo desafiador aliado à retração no varejo, também afetado pela Copa do Mundo, que direcionou os consumidores para outras categorias.
No mercado internacional, esperam que o ambiente macroeconômico desafiador ainda afete as operações no Peru e no Chile, enquanto preveem um declínio sequencial no Uruguai, devido a uma base difícil de comparação – mas isso não afeta o crescimento anual esperado de cerca de 15% no país, disseram Alencar e Fonseca.
No geral, aguardam quedas na margem EBITDA e no EBITDA A/A e T/T, que também devem ser impactadas pela integração das operações da Mabel no trimestre, para a qual projetam um impacto negativo na margem EBITDA de 0,40 p.p..
A partir do terceiro trimestre, a Camil vai consolidar os resultados da Mabel. A companhia já anunciou que a operação tem receita anual de R$ 400 milhões e margens negativas.
“Vemos a Camil como uma posição defensiva diante do cenário macro desafiador para 2023, em categorias essenciais com forte poder de marca, capacidade de repasse de preços e margens resilientes, além de ter um valuation atraente, a nosso ver”, escreveram.
Portanto, reiteram recomendação de compra em Camil (CAML3), com preço-alvo de R$ 14,00 e potencial de valorização de 91% sobre a cotação atual.