A Guararapes (GUAR3) registrou um prejuízo líquido de R$ 175,6 milhões no primeiro trimestre deste ano, um crescimento de 119,2% em suas perdas na base de comparação anual.
Para o Bradesco BBI, o conjunto de resultados foi fraco, apesar de ligeiros resultados positivos em serviços financeiros e com os números do varejo levemente abaixo do esperado – mas, de forma geral, em linha com as expectativas.
O crescimento das vendas líquidas consolidadas de +5% na comparação anual e uma expansão da margem EBITDA de +1,20 pp ficaram em linha com as projeções, enquanto o prejuízo líquido foi R$ 65 milhões pior do que o esperado.
Para os analistas, os principais indicadores ainda apontam para um caminho difícil à frente, com pontos positivos (controle de despesas, melhoria inicial da
inadimplência) compensados por pontos negativos (ou seja, vendas no varejo estáveis, deterioração da margem bruta do varejo, momento frágil para os serviços financeiros).
Além disso, a desalavancagem da dívida da Guararapes foi tímida, mas aceitável para um primeiro trimestre sazonalmente mais fraco, mesmo com o uso do desconto de recebíveis novamente no trimestre – que não são a melhor fonte de geração de caixa, embora útil em tempos difíceis, salientaram Pedro Pinto e Flávia Meireles.
Em suma, a postura conservadora no crédito e no investimento ainda reforça que pode demorar até que ocorra uma recuperação mais acentuada das vendas e, portanto, do resultado final.
Enquanto isso, a Guararapes atravessa um cenário desafiador, mas protege seu caixa e otimiza despesas, o que os analistas veem como a estratégia correta em meio ao atual ambiente de demanda fraca.
Pinto e Meireles escrevem que o principal gatilho para uma reavaliação seria a normalização dos resultados atualmente deprimidos, o que esperam apenas em 2024.
Por enquanto, mantêm recomendação neutra e preço-alvo de R$ 5,40 ao final deste ano, enquanto fazem pequenos ajustes em nossas estimativas.