Às 16:37 desta segunda-feira (13), as ações ordinárias (OIBR3) de Oi chegaram ao valor de R$ 0,50, em um recuo de 9,09%. Em doze meses, os papéis já se desvalorizaram em 68,15%.
A empresa desde o começo do ano passou por diversos eventos, desde o fechamento da venda da Oi Móvel até, mais recentemente, o fechamento da venda da InfraCo.
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Porém, neste mês de junho, houve quedas acentuadas com o mau-recebimento de duas notícias.
A Genial Investimentos produziu um relatório assinado pelo analista Gabriel Tinem para discutir os tópicos e avaliar se faz sentido, ou não, tal movimento do mercado.
Dívida com a Anatel
Em 31 de maio, a Oi anunciou que havia celebrado um acordo com a Anatel no que tange uma redução de 54,99% de sua dívida com a agência reguladora.
Com isso, o montante passou de algo em torno de R$ 20,2 bilhões para um valor de, aproximadamente, R$ 9,1 bilhões, e o valor final ainda fora menor quando considerados os depósitos judiciais da empresa que já foram convertidos em renda e apropriados pela credora, e resulta em um valor próximo de R$ 7,3 bilhões.
Além disso, o prazo para o pagamento desse saldo devedor foi prolongado em 5 anos, com a última parcela a ser paga em abril de 2033, numa soma de 126 parcelas não lineares com a primeira delas a vencer em maio de 2022 (data de assinatura do acordo), enquanto a parcela posterior vai ser efetuada 6 meses após essa data.
Apesar da má recepção entre agentes do mercado financeiro, a Genial vê aspectos positivos no acordo, pois, Tinem diz que a operação melhora o perfil de pagamento da empresa, representa um avanço importante para encerrar processos judiciais em andamento, além de melhorar a alavancagem e a liquidez da companhia.
Fechamento da venda do controle da InfraCo
Em 9 de junho, a empresa fechou a venda do controle da InfraCo para o BTG (BPAC11) e Globenet com algumas novidades que não foram muito bem recebidas pelo mercado.
Na parcela primária, houve a subscrição e integralização pelo BTG de novas ações ordinárias da V.tal, por um valor de R$ 1,78 bilhão, o que aumentou o valor de equity (EqV = Equity Value).
Já na parcela secundária, houve a aquisição pelo BTG de ações ordinárias da Oi representativas do capital social da V.tal, o que não altera o equity value.
Ainda há a parcela primária adicional (3),com a subscrição e integralização de novas ações ordinárias da V.tal pelo BTG, que totaliza R$ 1,62 bilhão.
E mais, com a contribuição da Globenet, houve a incorporação de novas ações ordinárias da V.tal. Em suma, neste momento, o grupo teria 57,9% do controle e a Oi 42,1%.
As contribuições de parcela primária adicional e de Globenet entram no valor do equity, o que totalizou R$ 22,3 bilhões, explica a Genial Investimentos.
Mas houve a surpresa do closing, os chamados “Ajustes adicionais após o fechamento”, nos quais as partes realizaram cálculos e verificações sobre componentes financeiros e operacionais previstos no contrato (endividamento, capital de giro, OpEx, CapEx, etc).
Com isso, o BTG ganharia mais uma participação de 3,65% em até 30 dias a partir desse closing e um adicional de até 3,73% a ser definido, em função da aplicação e apuração das condições favoráveis para a Oi negociadas no contrato FTTH, explica Gabriel Tinem.
Ou seja, o BTG teria uma participação de 7,38% adicional frente ao que o mercado esperava. E grande parte do valor da companhia reside na sua participação frente à V.tal e uma alienação superior ao esperado (65,3% vs 57,9%), pontua o analista.
A Genial pontua que, apesar do revés, a notícia deve ser interpretada como um passo fundamental para que a empresa saia da recuperação judicial, o que, na visão da corretora, se trata apenas uma questão de tempo para se concretizar.
A venda deste controle também possibilitou à empresa quitar integralmente seus compromissos com as debêntures conversíveis da V.tal com a Brookfield e a Farallon, no valor de R$ 3,5 bilhões, conforme o cronograma dado ao longo da divulgação de resultados do 4T21.
A Genial Investimentos reitera classificação MANTER para as ações OIBR3, com preço-alvo de R$ 1,20.