Combustíveis

Redução de impostos nos combustíveis teria impacto mínimo aos consumidores, diz UBS

Além disso, a perda da receita para o governo sem compensação pressiona ainda mais a situação fiscal do país

- Fernando Frazão/Agência Brasil
- Fernando Frazão/Agência Brasil

Por Ana Beatriz Bartolo, da Investing.com – A possível redução de impostos sobre o combustível teria um impacto mínimo para os consumidores, na visão do UBS. A medida poderia, no entanto, ajudar a reduzir a concorrência desleal no setor, um dos principais problemas que pressionam estruturalmente as margens em todo o país.

O presidente Jair Bolsonaro afirmou que pretende enviar ao Congresso uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que permita a redução do PIS/Cofins sobre os combustíveis. O Ministério da Economia prevê que isso cause uma perda de R$ 50 bilhões nas receitas do governo, mas que gere um impacto de R$ 0,20 por litro para os consumidores. Na prática, isso seria uma redução na bomba de 3% para a gasolina e de 4% para o diesel.

O UBS, porém, estima que para esses R$ 50 bilhões, haja uma redução potencial de R$ 0,61/L nos preços dos combustíveis. Ainda assim, o banco espera que os impactos reais nas bombas sejam mínimos.

A intenção do governo em questionar os preços do combustível sem interferir na política de preços da Petrobras (SA:PETR4) é um sinal positivo sobre a independência da estatal, na visão do UBS.

Por outro lado, a perda da receita para o governo sem compensação pressiona ainda mais a situação fiscal do país, o que pode resultar em uma alta no câmbio. Como consequência, com o dólar mais elevado, os combustíveis tendem a subir, reduzindo os efeitos da PEC.

Além disso, existe a possibilidade que ao invés da medida ter um efeito no custo do consumidor final, essa redução nos impostos seja absorvida pelas margens das empresas na cadeia de distribuição do combustível.

Assim, levando em conta que em 2021 o volume de diesel e gasolina nas bombas somou mais de 100 bilhões de litros, o UBS projeta que cada R$ 1 bilhão em subsídios, haveria um impacto potencial de aproximadamente R$ 0,012/L nos preços final.

A recomendação do UBS para as ações da Petrobras é de compra, com preço-alvo em R$ 44.