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Renda fixa: até quando a taxa Selic continuará subindo?

Com a Selic a 12,75%, a renda fixa está no centro das atenções e, por ser considerada uma categoria mais segura, tem atraído cada vez mais investidores

- Pixabay
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Com a Selic a 12,75%, a renda fixa está no centro das atenções e, por ser considerada uma categoria mais segura, tem atraído cada vez mais investidores. Nesse caso, tanto os títulos públicos como investimentos ligados ao CDB acabam sendo beneficiados.

“Se você for ao banco e buscar qualquer rendimento que seja 100% do CDI, o que é muito fácil de se achar, você ganhará 12,65% ao ano. Isso dá mais de 1% ao mês. É uma rentabilidade alta, considerando que esses são investimentos de menor risco do mercado”, afirma Fabio Louzada, economista, analista CNPI e fundador da empresa Eu Me Banco.

Segundo ele, para o investidor que busca liquidez e segurança, o CDB ou o Tesouro Selic são ótimas opções. “Antes da elevação da taxa de juros essa taxa era de 2% ou 3% ao ano”, compara Louzada. Já o tesouro pré-fixado pode ser uma boa escolha para os que buscam um retorno a longo prazo.

"O pré-fixado é importante para quem vai conseguir manter o recurso por mais tempo guardado rendendo. Se a pessoa pensar em longo prazo, o pré-fixado 2024 ou 2025 são ótimos negócios, estão pagando uma taxa muito boa", comenta.

Selic sobe ou para?

Ricardo Jorge, especialista em renda fixa e sócio da Quantzed, empresa de tecnologia e educação para investidores, é otimista e julga que o Copom deve promover mais um aumento de 0,5% na taxa Selix na reunião de junho. Segundo ele, essa será a última elevação da Selic no País e, após isso, a taxa deverá se manter sem alterações até o fim do ano.

"O Banco Central não deu palavra definitiva sobre o término do fim do ciclo de alta. Mas, ao que tudo indica, dada as condições do mercado e comunicações do BC, o mercado espera que em junho tenhamos a última alta de juros para o ano de 2022. O mercado trabalha com cenário de alta de 0,5% e aí a taxa segue estável pelo menos até o fim do ano. E o que vai definir se até o fim do ano podem vir mais altas necessárias ou mudança de política monetária dando espaço para reduzir a Selic são os próximos indicadores de inflação. Espera-se que seja a última alta do ano e que até o fim do ano a taxa fique inalterada", explica.

Jorge cita que a normalização dos preços de commodities, especialmente as ligadas à energia, também poderia acelerar a redução da inflação e, consequentemente, da Selic. As commodities estão em alta desde o início do conflito entre Rússia e Ucrânia.

"As duas principais mudanças macro que permitiriam redução da taxa de juros lá na frente seriam primeiro a normalização da cadeia de distribuição global de insumos e, segundo, a normalização do preço das commodities, principalmente as vinculadas à energia. O primeiro problema surgiu por conta da crise do Covid e o segundo com a guerra entre Ucrânia e Rússia. Com esses dois pontos principais sendo resolvidos, teremos reflexos nos indicadores de inflação e aí os Bancos Centrais no mundo poderão voltar com a política monetária expansionista, ou seja, voltar a cortar juros no médio prazo. No final do ano, caso os indicadores de inflação deem sinais de arrefecimento, a partir de 2023 o Banco Central poderá cortar juros”, diz Jorge.