Anbima

Renda fixa ganha fôlego e investimentos em CDBs crescem 15,6%

O volume financeiro dos investimentos dos brasileiros, clientes pessoa física dos segmentos de private e varejo das instituições financeiras, em dezembro de 2021, cresceu 7,2% em relação ao mesmo período de 2020. O destaque foram os produtos de renda fixa

- Andre Taissin/Unsplash
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O volume financeiro dos investimentos dos brasileiros, clientes pessoa física dos segmentos de private e varejo das instituições financeiras, em dezembro de 2021, cresceu 7,2% em relação ao mesmo período de 2020. O destaque foram os produtos de renda fixa, como o CDB (Certificado de Depósito Bancário), que teve o maior crescimento absoluto: alta de R$ 77,8 bilhões, alcançando R$ 569,9 bilhões em dezembro de 2021 frente a R$ 492,2 bilhões no mesmo mês de 2020.

É isso o que revela levantamento da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais).

O volume financeiro, em dezembro do ano passado, somou R$ 4,5 trilhões em dezembro de 2021, movimento se deve principalmente à renda fixa, que voltou a ganhar fôlego no último ano. Apesar disso, a renda variável também apresentou desempenho positivo, mesmo colm o resultado negativo de 11,8% do Ibovespa em 2021.

“Notamos uma clara associação do comportamento da renda fixa com os movimentos da taxa básica de juros”, explica José Ramos Rocha Neto, presidente do Fórum de Distribuição da Anbima.

“Na série histórica, a renda fixa vem perdendo espaço desde 2017 chegando ao menor patamar em 2020. À medida que a taxa Selic foi caindo, os investidores buscaram ativos de maior risco agregado, abrindo espaço para a renda variável. Quando os juros voltam a subir, no ano passado, esse movimento se inverte e a renda fixa retoma espaço no portfólio dos clientes”, analisa.

O ciclo de redução da Selic saiu de 7,0%, em dezembro de 2017, para 2,0% no mesmo período de 2020. Com isso, as aplicações em renda fixa dos brasileiros passaram de 71,4% da carteira para 58,1% do volume financeiro total. A renda variável cresceu de 9,5% para 20% na mesma base de comparação.

A elevação da Selic, que bateu os 9,25% em dezembro de 2021, mudou essa tendência: a renda variável teve uma pequena retração para 19,7% da carteira, enquanto a renda fixa ampliou espaço para 59%.

Produtos

O destaque do período foram os produtos de renda fixa, como o CDB (Certificado de Depósito Bancário), que teve o maior crescimento absoluto: alta de R$ 77,8 bilhões, alcançando R$ 569,9 bilhões em dezembro de 2021 frente a R$ 492,2 bilhões no mesmo mês de 2020. As debêntures, títulos de dívida das empresas, avançaram 38,5%, somando R$ 70,8 bilhões no final do ano passado.

A LCA (Letra de Crédito do Agronegócio) e a LIG (Letra Imobiliária Garantida) também cresceram. Enquanto o papel do agronegócio avançou de R$ 145,1 bilhões para R$ 180,1 bilhões de dezembro de 2020 para o último mês de 2021, uma variação de 24,2%, o título imobiliário foi de R$ 19,8 bilhões para R$ 46,2 bilhões, alta de 132,9%.

Na renda variável e híbridos, os melhores resultados ficaram com as ações, que cresceram 5,2%, alcançando os R$ 651,7 bilhões no último mês de 2021. Os fundos multimercados e de ações completam o ranking dos maiores desempenhos nessa categoria – com R$ 682,5 bilhões e R$ 214,2 bilhões em dezembro de 2021, eles responderam por variações positivas de 3,2% e 6,4%, respectivamente, na mesma base de comparação.

Número de contas

A quantidade de contas que aplicam em produtos de investimentos ficou em 131,2 milhões em 2021, resultado 3,8% inferior que em dezembro do ano anterior, ou seja, 5,2 milhões de contas a menos. “Muito dessa redução se deve ao início da pandemia em 2020. Com o pagamento do auxílio emergencial durante a pandemia, tivemos um número expressivo de novas contas que foram criadas para recebimento do benefício, principalmente as contas-poupança, o que não aconteceu em 2021”, comenta Rocha. Ainda assim, o número registrado em 2021 é o maior da série histórica, ficando atrás apenas de 2020, quando havia 136,4 milhões. Vale ressaltar que o número de contas não corresponde ao total de CPFs, já que uma pessoa pode ter mais de uma conta.