Os níveis dos reservatórios fluviais brasileiros estão prestes a enfrentar uma queda até o final de 2024, de acordo com uma nova análise do Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites (Lapis).
O estudo, que monitora diariamente a situação desde abril, revela que a seca severa e a escassez de chuvas colocam o país em um cenário difícil.
A projeção abrange o período da primavera, que se inicia neste domingo (22), e sugere que a tendência de redução no volume de água nos reservatórios deve se intensificar até o fim do ano.
Monitoramento aponta queda nos reservatórios
Segundo o meteorologista Humberto Barbosa, fundador do Laboratório Lapis, a situação mais crítica está na região Sudeste. Um dos casos é a Usina de Furnas, em Minas Gerais, conhecida como o “Mar de Minas”.
O Lapis tem utilizado dados captados por satélites para monitorar a superfície dos principais reservatórios do país. Um gráfico divulgado pelo laboratório destaca a oscilação da área coberta por água na Usina de Furnas nos últimos três anos, variando de 500 a 2.100 km².
O levantamento aponto na possibilidade de chuvas abaixo da média, previstas entre novembro e abril de 2025.
Cenário dos reservatórios do Atlântico Sul
De acordo com Barbosa, a menor intensidade do fenômeno La Niña tem atrasado o início das chuvas no Atlântico Sul, dificultando a recuperação dos reservatórios.
“Se o período úmido for de médio a bom, haverá um alívio. Se for ruim, a situação fica mais crítica. Hoje, o sinal está amarelo, começando a se aproximar do laranja”, afirmou o meteorologista.
Ele explica que “os níveis atuais dos reservatórios ainda estão confortáveis, mas a mudança abrupta nos últimos três meses despertou atenção”.
Impacto nas hidrelétricas
Segundo boletim do Programa Mensal de Operação (PMO) da última semana de agosto, divulgado pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), os níveis dos reservatórios das hidrelétricas estão como esperados para o período.
Porém, o levamento mostra que a redução dos patamares pode cair nos próximos meses. E o culpado dessa queda é as chuvas abaixo da média.